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Líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un Foto: EFE/EPA/KCNA
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quarta-feira 4 de setembro de 2024 às 08:20h

Kim Jong-Un ordena execução de 30 oficiais após desastres naturais

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O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ordenou a execução de pelo menos 30 funcionários por não terem evitado as graves inundações e deslizamentos de terra que devastaram o país em julho, conforme reportado por veículos de comunicação sul-coreanos. As inundações, causadas por chuvas intensas, resultaram na morte de entre 4.000 e 5.000 pessoas, além de deixarem mais de 15.000 desabrigadas.

De acordo com a emissora sul-coreana TV Chosun, os funcionários executados foram acusados de corrupção e negligência no cumprimento de suas funções. “Foi determinado que entre 20 e 30 oficiais nas áreas afetadas pelas inundações foram executados simultaneamente no final do mês passado”, relatou um oficial do regime à mídia sul-coreana.

O desastre atingiu principalmente a província de Chagang e a região fronteiriça com a China, na bacia do rio Yalu, onde os danos foram significativos. Segundo o Daily NK, as inundações nessa região resultaram na morte e deslocamento de mais de 5.000 residentes, além de submergir mais de 4.000 edifícios e 3.000 hectares de terras agrícolas nas cidades de Sinuiju e Uiju.

Após a catástrofe, Kim Jong-un realizou uma sessão de emergência com Kang Bong-hoon, secretário do Comitê Provincial do Partido em Chagang desde 2019, e com o Ministro de Segurança Pública, removendo-os de seus cargos. De acordo com o ex-diplomata norte-coreano Lee Il-gyu, os funcionários estavam tão “ansiosos que não sabiam quando suas cabeças rolariam”.

Além disso, Kim rejeitou a ajuda internacional e ordenou que cerca de 15.000 pessoas deslocadas fossem transferidas para a capital para se recuperarem, estimando que a reconstrução das áreas afetadas levaria de dois a três meses, conforme a agência de notícias AP. O líder norte-coreano também negou as alegações de que milhares de pessoas haviam morrido, desconsiderando os relatórios da mídia sul-coreana.

As execuções públicas não são incomuns na Coreia do Norte. Antes da pandemia de COVID-19, o país registrava uma média de 10 execuções públicas por ano, um número que, segundo o Korea Times, aumentou exponencialmente para cerca de 100 nos últimos anos. Além disso, houve um aumento nas execuções de jovens, em um esforço do regime para diminuir a influência sul-coreana.

No entanto, a Coreia do Norte afirma que as execuções públicas são raras e que a pena de morte é aplicada em poucas ocasiões.

EUA condenam a “repressão esmagadora” de Kim Jong-un

Ri Il Kyu, um alto diplomata norte-coreano destacado em Cuba, desertou para a Coreia do Sul em novembro, antes do reinício das relações diplomáticas entre Seul e Havana. Segundo a imprensa, Ri havia concentrado seu trabalho na ilha em evitar essa aproximação entre os dois países.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos reiterou em julho sua condenação à “repressão esmagadora” do regime norte-coreano, que leva muitas pessoas a buscar desesperadamente maneiras de desertar em busca de uma vida melhor. Nas palavras de Vedant Patel, porta-voz do Departamento de Estado, “não deve ser surpresa que haja pessoas na Coreia do Norte que queiram fugir da repressão esmagadora do regime” em uma busca “desesperada por um lugar onde seus direitos humanos básicos sejam protegidos”. Embora Patel tenha evitado mencionar casos específicos, suas declarações coincidiram com a notícia da deserção de Ri Il Kyu.

Ri Il Kyu decidiu se estabelecer em Seul com sua família após experimentar “frustração e raiva” por uma avaliação de desempenho que considerou injusta durante seu tempo no Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte. Além disso, seu descontentamento foi agravado pela recusa de seu pedido para receber tratamento médico no México.

“Todo norte-coreano pensa pelo menos uma vez em viver na Coreia do Sul. A decepção com o regime norte-coreano e um futuro sombrio me levaram a considerar a deserção”, disse.

Seu caso ganhou relevância, pois se tratou do diplomata de mais alto escalão a abandonar a ditadura desde que o embaixador adjunto no Reino Unido, Thae Yong Ho, o fez em 2016.

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