Maurice Hastings, agora com 69 anos, tinha sido condenado a prisão perpétua, uma sentença revogada a 20 de outubro, a pedido dos procuradores e dos advogados do Projeto de Inocência de Los Angeles na Universidade do Estado da Califórnia. A informação é da AFP e Reuters.
“Rezei durante muitos anos para que este dia chegasse”, disse Hastings numa conferência de imprensa nesta última sexta-feira (28). “Não estou querendo apontar dedos; não está aqui de pé um homem amargo, quero apenas desfrutar da minha vida enquanto a tenho”, acrescentou.
“O que aconteceu (…) é uma terrível injustiça”, disse o procurador do Distrito George Gascón. “O sistema de justiça não é perfeito, e quando tomamos conhecimento de novas provas que nos levam a perder a confiança numa condenação, é nossa obrigação agir rapidamente”, sublinhou.
A vítima no caso, Roberta Wydermyer, foi agredida sexualmente e morta com um único disparo na cabeça, disseram as autoridades. O corpo foi encontrado no porta-bagagens da sua viatura, no subúrbio de Los Angeles, em Inglewood.
Hastings, que disse sempre estar inocente, foi condenado em 1988 a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
Na altura da autópsia da vítima, o médico legista realizou um exame de agressão sexual e o sémen foi detetado numa zaragatoa oral, segundo o procurador distrital.
Hastings procurou fazer testes de ADN em 2000 mas, nessa altura, o Ministério Público negou o pedido. Hastings apresentou uma queixa de inocência à Unidade de Integridade da Convicção do Ministério Público no ano passado e os testes de ADN em junho passado provaram que não era o seu sémen.
O perfil de ADN foi colocado numa base de dados estatal este mês e coincidiu com o de um outro homem, condenado por um rapto armado no qual uma mulher foi colocada no porta-bagagens de um veículo e forçada a sexo oral.
O suspeito morreu na prisão em 2020.