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quarta-feira 22 de março de 2023 às 06:43h

Jovens podem ter cansaço extremo após Covid-19, diz pesquisa

NOTÍCIAS, SAÚDE


Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) descobriu que a infecção pelo vírus do Sars-Cov-2 pode causar alterações severas no sistema imunológico até mesmo em pessoas jovens e saudáveis depois de quadros leves ou moderados de Covid-19.

A pesquisa, que teve financiamento da Fapesp, levou em conta pacientes brasileiros e portugueses não vacinados entre 30 e 180 dias após a infecção.

“As células imunes dos pacientes infectados pelo vírus estavam em exaustão, algo semelhante ao que acontece com as células de pessoas com obesidade grau 2 ou 3, com doenças crônicas, como diabetes, ou já idosas. É algo completamente inesperado para pessoas jovens e sem problemas de saúde”, disse o professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT-Unesp), campus de Presidente Prudente, Fábio Santos de Lira, à agência Fapesp.  

Pacientes manifestaram cansaço extremo

O estudo foi apresentado no congresso realizado pela Sociedade Internacional de Imunologia e Exercicio nos Estados Unidos. Lira afirmou que o principal sinal dessas alterações foi o cansaço extremo que os pacientes manifestaram.

A pesquisa comparou o sistema imune de 20 pessoas infectadas com o de 20 não infectadas e observou uma série de alterações naquelas que tiveram Covid-19, entre elas função pulmonar prejudicada e menor nível de atividade física. Além disso, foi identificada uma menor concentração de moléculas pró-inflamatórias conhecidas como citocinas, que são produzidas para avisar o sistema imune sobre a necessidade de enviar mais células de defesa ao local da infecção.

A coleta das amostras ocorreu em maio de 2021, quando essa população ainda não tinha sido vacinada. Além dos dados mensurados logo após a infecção, os pesquisadores colheram amostras de sangue desses pacientes depois do esquema vacinal completo e vão colher com um ano após a vacinação.

Jovens foram negligenciados na pandemia

O professor também explicou que a parte mais jovens da população foi negligenciada pela pandemia, já que se acreditava que ela não sofreria tanto com a doença como os mais idosos e pessoas com comorbidades.

“Nosso projeto busca saber os efeitos da Covid-19 na população jovem e saudável, que foi totalmente negligenciada no início da pandemia. Esses indivíduos foram para o hospital, tiveram o diagnóstico, mas, como tinham sintomas leves ou moderados, não foram assistidos. Então, voltaram para casa e fizeram o isolamento sem nenhum acompanhamento. No entanto, nossos estudos estão mostrando que até mesmo essas pessoas, ao serem infectadas, podem ter sofrido fortes prejuízos nos sistemas analisados”, afirmou Lira.

Apesar disso, ele explica que essas pessoas apresentaram uma alteração muito grande no sistema imunológico.

“O que vimos ao avaliar o metabolismo energético das células imunológicas é que ele está completamente alterado. O vírus consegue reprogramar as células imunes e levá-las para um status totalmente inflamatório. Trata-se, portanto, de um vírus muito agressivo, mesmo para pessoas jovens, saudáveis e comprovadamente sem nenhum problema clínico”, encerrou. 

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