Milhares de jovens concluíram o ano de instrução como atiradores nos mais de 200 Tiros de Guerra espalhados por todo o Brasil. Os Tiros de Guerra são pequenas unidades do Exército, onde o jovem que completa 18 anos pode prestar o serviço militar. Geralmente, o serviço é prestado entre 6h e 8h da manhã, de modo a conciliar o serviço militar com estudo e trabalho.
Durante a formação, o atirador recebe instruções operacionais, de apoio a saúde, ação comunitária, defesa civil e meio ambiente. Na vertente militar, eles aprendem sobre hierarquia e disciplina, uniformes, ordem unida, realizam marchas, instrução de tiro de fuzil, primeiros socorros, entre outras. Já na vertente social, são realizadas doações de sangue, ações de combate a endemias, instrução para a prevenção de acidentes, palestras sobre estudo, emprego e capacitação profissional, além de várias missões de apoio à comunidade. Os Tiros de Guerra ainda desenvolvem atributos como liderança, persistência e camaradagem. Os atiradores com desempenho superior podem alcançar a promoção por meio do Curso de Formação de Cabos.
Confira algumas das atividades dos Tiros de Guerra em 2024.
Na cidade de Pesqueira (PE) os atiradores tiveram destacada atuação na preservação do meio ambiente. Com o objetivo de prevenir e combater incêndios no Agreste Pernambucano durante o período da estiagem, os jovens fizeram o curso de capacitação de Combate a Incêndio em Vegetação Nativa junto ao Corpo de Bombeiros. Eles também realizaram o plantio de diversas plantas e árvores nativas do bioma Caatinga, com foco na preservação da flora e da fauna e no uso sustentável do solo.
Em apoio aos bancos de sangue regionais, os atiradores também se dedicam à campanha do “Ajudar está no nosso sangue”. Os Tiros de Guerra de Paranavaí (PR), de Irecê (BA) e de Guanhães (MG) são exemplos dessa iniciativa.
Com o objetivo de apoiar os jovens a seguirem a carreira militar, o Tiro de Guerra de Camocim (CE) conduz o Projeto Sargento do Futuro, que visa preparar os atiradores para o concurso de admissão à Escola de Sargentos das Armas. Dois ex-atiradores concluíram o 1° do curso de formação na Escola de Sargentos das Armas, onde também se formou o Sargento Victor Silva, após receber grande apoio do Tiro de Guerra de Teotônio Vilela (AL).
Além da capacitação para o combate, os atiradores recebem ampla qualificação técnica e profissional para ingressarem na carreira acadêmica e no mercado de trabalho. O Tiro de Guerra de Londrina (PR) promoveu diversas iniciativas de capacitação para garantir um bom futuro a seus atiradores. Ao longo do ano, eles receberam palestras sobre o ingresso nas Forças Armadas, Polícia e Bombeiros Militares, bem como orientações vocacionais do SENAI e de universidades locais. Os atiradores também foram treinados para agirem em situações de necessidade ou emergência, como no enfrentamento da violência doméstica.
Os atiradores são vetores de cidadania e civismo em seus municípios. Em todo o Brasil, os Tiros de Guerra apoiam ações sociais junto às prefeituras locais, atendendo pessoas necessitadas, distribuindo donativos, realizando trabalho voluntário em creches, asilos, orfanatos e hospitais, colaborando com a segurança dos bairros e difundindo os valores de servir a pátria e o nosso povo.
Histórico dos tiros de guerra
A origem do Tiro de Guerra remonta ao ano de 1902, quando foi fundada, no Rio Grande (RS), uma sociedade de tiro ao alvo com finalidades militares. A partir de 1916, impulsionada pela campanha de Olavo Bilac em prol do serviço militar obrigatório e com o apoio do governo municipal, a sociedade de tiro tornou-se o primeiro Tiro de Guerra destinado à formação de reservistas do Exército Brasileiro. Desde então, novas organizações foram criadas e hoje são mais de 200 tiros de guerra espalhados por todo o Brasil.