O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, afirmou que já vinha amadurecendo há semanas a decisão anunciada nesta última terça-feira (8) de não disputar a Presidência da República.
“Meu coração já vinha me dizendo: não mexe com isso, não”, resumiu todo o processo, em entrevista ao colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Barbosa disse que evitou encontros com economistas, líderes de movimentos sociais e parte da bancada do partido porque não tinha certeza de que queria ser candidato, apesar de ter se reunido na semana passada com o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira.
“Evitei o quanto pude essas conversas”, afirmou. Também contou que esperava ter uma decisão até julho, algo que avisou ao partido. Mas avaliou que as coisas se precipitaram. “Fiquei receoso que as próximas pesquisas mostrassem que eu estava subindo. Desistir mais tarde seria complicado em todos os sentidos. Acho que tomei a decisão no momento certo”, declarou.
Ainda segundo o ex-ministro, os dirigentes do PSB ficaram surpresos quando ele anunciou que não seria candidato. Barbosa também disse ver três perigos para o futuro do Brasil. Um é o pré-candidato Jair Bolsonaro, que, na avaliação dele, pode vencer o pleito de outubro. Outro é o presidente Michel Temer: “Temo que ele, maquiavélico, possa articular algo para continuar no poder, ou mesmo uma aliança que o eleja”. Também teme que haja espaço para um golpe militar.