João Eça é o mais novo cidadão baiano após honraria proposta por Adolfo Viana e Fabíola Mansur

“É muito bom homenagear uma pessoa bacana como você”. Essa frase dita pela deputada estadual Fabíola Mansur (PSB) ao diretor-geral do Tivoli Ecoresort, João Eça, que estava ao seu lado, vazou pelo microfone da Mesa dos Trabalhos e sintetizou melhor do que todos os pronunciamentos preparados para a cerimônia de outorga do Título de Cidadão Baiano ao dirigente português. Não que os argumentos não fossem fortes e eloquentes. Tudo o que se disse no plenário e desde o Além-mar (por meio de vídeo) foram suficientes para deixar lacrimejantes os olhos daquele lisboeta.

Além do respeito pelo empresário competente, mecenas convicto e homem preocupado por questões sociais e ambientais, parecia claro, por tudo que foi dito, que ele é sangue bom. A honraria foi proposta conjuntamente em 2018 por Fabíola e pelo então deputado estadual (hoje federal) Adolfo Viana (PSDB), numa verdadeira convergência pluripartidária. Mas a catástrofe do derramamento de óleo nas praias do Litoral Norte e a pandemia, em seguida, fizeram adiar a entrega para esta sexta-feira, 1º de julho, data significativa, por ser aniversário do falecido pai de João e véspera de mais uma comemoração da Independência da Bahia.

“João Eça é daqueles que onde chegam fazem história e, no Litoral Norte baiano, não foi diferente”, disse Fabíola, agora em pronunciamento da tribuna. “Ele tem colaborado para a promoção desse deslumbrante recanto e da nossa Bahia”, disse, lembrando que ele tem trabalhado “ativamente trazendo melhorias concretas para a região, sempre com a preocupação de incluir a comunidade local no ramo turístico, na geração de empregos, com prioridade da mão de obra local, além de realizar um trabalho social consolidado onde atua”. Ao longo da sessão, programas que ele apoia como o Menor Aprendiz, Bem Viver e Viver Melhor, foram citados, assim como a atenção que dedica ao Grupo de Apoio à Criança Com Câncer (Gaac) e ao Projeto Tamar.

Fabíola disse que pediu uma lista de realizações à assessoria de João e recebeu uma “bíblia”. Adolfo Viana também confessou que fez a mesma pesquisa, mas que deixaria o seu de lado, em função “da bem resumida biografia apresentada com muita perfeição” no discurso da colega. Ele, no entanto, destacou que o trabalho do novo baiano “ultrapassa as divisas do negócio e é justo por isso que ele é merecedor dessa honraria”.

Logo após a abertura dos trabalhos e a composição da mesa, Fabíola designou o próprio Adolfo para que fosse recepcionar João Eça, que foi acolhido não só por aplausos como também pela música Prefixo de Verão, cantada por Magary Lord, este mesmo um dos convidados do português para o evento e o primeiro que, após se apresentar, foi convidado para compor a mesa de honra. Além dele, havia outros artistas que fizeram questão de prestigiar o evento, a exemplo de Bel Borba e Alexandre Peixe.

Após ser diplomado, João ocupou a tribuna para agradecer e falar sobre “o enorme privilégio” de receber o título às vésperas da comemoração da independência e no dia em que o pai faria 92 anos se vivo fosse. Muito embora conhecesse turisticamente há 20 anos, o primeiro encontro como Executivo não foi auspicioso.

Afastado no hotel por dois dias, confidenciou à esposa Alexandra que “nem pensar que vimos para aqui”. Mas no dia seguinte, deu de cara com a igrejinha da Praia do Forte praticamente dentro do mar. “Fiquei encantado, nunca tinha visto nada igual”, contou, rememorando o início das descobertas do mundo novo.

“Pensei que vinha trazer minha experiência, minha técnica, meus conhecimentos, minha importância, mas no fim fui eu quem vim aprender”, disse, considerando que aqui fez um PhD “e hoje posso ir para qualquer parte do mundo que estarei muito melhor preparado. O discurso foi tomado de emoção. Pouco antes de ocupar a tribuna, ele assistiu a um vídeo feito pela própria filha, Maria. Ali ele saciou e renovou as saudades da mãe, Margarida, e de amigos e parentes residentes em Portugal e na Bahia.

A sessão que se iniciou com o Hino Nacional cantado pelo Olodum e se encerrou com o Hino ao 2 de Julho, cantado por Tatau, contou ainda com um jingle feito para a ocasião pelo fundador do Projeto Tamar, Guy Marcovaldi, presente na mesa, juntamente com: o secretário estadual de Turismo, Marcelo Bacelar; vice-presidente do TCM, Francisco Netto; secretário municipal de Educação de Salvador, Marcelo Oliveira, Lícia Fábio, cônsul-geral de Portugal, Jorge Fonseca; secretário de Cultura e Turismo de Mata de São João, Alexandre Rossi; vice-presidente Miner hotels África do Sul, Marco Amaral; presidente da Associação Comercial de Salvador, Mario Dantas; secretário Geral da Associação de Condomínios e Associação de Moradores da Praia do Forte (Ascamforte), Odair Conceição; presidente da Associação Brasileira de Indústria de Hotéis (Abih), Luciano Lopes.