Em meio à crise entre Executivo e Legislativo, o líder do governo no Senado, o senador pela Bahia, Jaques Wagner (PT), disse nesta segunda-feira que os ministros de partidos aliados precisam entregar uma “relação política” com deputados e senadores no Congresso. Ele evitou segundo Bruno Góes e Alice Cravo, do O Globo, citar o nome de quais integrantes de primeiro escalão de Luiz Inácio Lula da Silva estariam em falta, mas ressaltou a importância de integrantes do primeiro escalão para angariar votos.
Após quase ser derrotado na Câmara em votação de Medida Provisória que reestruturou os cargos da Esplanada, o governo agora sofre pressões para trocar ministros. Também há, no Congresso, apelos para que o articulador político do Palácio do Planalto, Alexandre Padilha (Relações Institucionais), seja substituído.
Em evento no Palácio do Planalto ele disse, porém, não saber de movimentações para trocas.
— (Ministro será demitido) Só se houver algum problema ou de desempenho ou de alguma ruptura política. Cada ministro que está aqui representa um (partido) ou um conjunto de partidos. Se essa relação sofrer algum abalo, eu digo entre ministro e a quem ele representa, aí pode ser sugerida uma troca.
Perguntado sobre ministros indicados pelo União Brasil, como Daniela Carneiro (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações), que ainda não conseguiram fazer com que o partido trabalhe a favor do governo, Wagner deu sua opinião.
— Aí seria (um caso de) desempenho (desses ministros). O desempenho são duas coisas. Ninguém é ministro só porque é técnico. É técnico e político. Então, o desempenho ocorre em duas funções. Primeiro, o que a pasta demanda. Segundo, entregar uma relação política.
Antes de concluir o raciocínio, Wagner sorriu e disse não ver ministros “sem entrega”.
— Eu nem sabia que há ministros sem entregar.