O PT esperava uma participação mais engajada da primeira-dama Janja da Silva nas eleições municipais, sobretudo em candidaturas femininas às prefeituras de capitais. Embora reconheçam os conflitos de agenda, petistas tentam entender segundo Eduardo Gayer, do Estadão, por que ela descumpriu a promessa de comparecer aos comícios e se limitou a gravar vídeos genéricos de apoio. Nos bastidores, uma ala do partido aposta que Janja optou por manter distância segura do pleito frente à situação eleitoral desafiadora das candidatas mulheres do PT.
Na prática, a primeira-dama quis evitar o “selo Mick Jagger” — ou seja, ganhar fama de pé frio — no ano que poderia marcar sua estreia como puxadora de votos no PT. Procurada, a assessoria de imprensa de Janja não retornou.
O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou candidatas mulheres em Goiânia, com Adriana Accorsi; em Porto Alegre, com Maria do Rosário; em Campo Grande, com Camila Jara; Natal, com Natália Bonavides; Aracaju, com Candisse Carvalho.
Quem sentiu a ausência de Janja, porém, diz que não fará esforço para uma mudança de postura no segundo turno. Para esses interlocutores, o apoio explícito dela não tem força para mudar o jogo eleitoral.
Do outro lado da polarização, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro virou trunfo do PL e viajou o País em campanha. Em Rio Branco (AC), o candidato Tião Bocalom fez propaganda exaustiva após a presença da presidente do PL em um comício. “Ela veio representando a direita, os valores cristãos”, disse o prefeito que tenta um novo mandato.