Passado o período da janela partidária, a avaliação de lideranças no PT é de que o presidente Jair Bolsonaro fez seu dever de casa e o crescimento dos partidos de sustentação do governo acabará por impor uma eleição mais dura do que o esperado.
Para avaliar a nova distribuição de forças, o GT Eleitoral do PT faria uma reunião nesta segunda-feira (4). Mas em um primeiro momento, há a percepção de que a já difícil eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em primeiro turno agora é praticamente impossível.
A janela teve um saldo positivo para o centrão de Bolsonaro, que viu o seu PL se tornar a maior bancada da Câmara, com 77 deputados, e com o já esperado esvaziamento da União Brasil (fusão de PSL e DEM). PP e Republicanos também ampliaram suas bancadas.
Já o PT, que segue como o segundo partido da Casa, contabiliza apenas dois deputados além dos eleitos em 2018. Havia a expectativa de receber mais parlamentares do PSB, insatisfeitos com a não adesão à federação, mas isso não se concretizou. Os dois deputados filiados são Rubens Pereira Júnior, que era do PCdoB no Maranhão, e Flávio Nogueira, vindo do PDT do Piauí.
O líder do partido na Câmara, Reginaldo Lopes, avalia que do ponto de vista da governabilidade, no entanto, o efeito é nulo. Em que pese a intensa movimentação, permanece inalterada a proporção entre governo e oposição.
Lopes minimiza o número baixo de novos deputados filiados. “Acredito que a bancada do governo fez uma aposta de buscar eleger os mesmos! Impossível! O sistema proporcional de votação impedirá a reeleição dos mesmos”, projeta. Segundo ele, o PT fez a opção pela renovação de quadros, pela diversidade de candidaturas e priorizando a federação com PV e PCdoB.