A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) afirmou que vê risco de Jair Bolsonaro (PSL) não concluir seu mandato até 2022. Indagada sobre o assunto, em entrevista ao Roda Viva, ela disse que acha que o presidente corre esse risco não pela prática de crimes, mas pelos conflitos que Bolsonaro e seus familiares se envolvem e pelo fato de, na visão dela, ele não ser querido pelos formadores de opinião.
“Acho que há (risco de Bolsonaro não concluir o mandato). Não pela prática de crimes, acredito no presidente, mas ele se circulou de pessoas que acho que não o aconselham bem. Tem bons ministros, o governo está indo bem, conseguimos a reforma da Previdência, que era um sonho. Será entregue a reforma administrativa…Mas ele já não é querido pelos formadores de opinião. Ele ainda tem muita gente no povo que apoia, gosta dele, eu mesma gosto dele, mas as pessoas se cansam. Têm situações que ele cria conflitos onde flagrantemente não precisa. Então, você une uma pessoa que cria esses conflitos. Na verdade, não é só ele coitado, mas a família. Vai gerando animosidades”, disse.
“Você têm os formadores de opinião que, na maioria, já não gostavam (dele) desde o princípio. Isso vai formando um caldo de cultura muito negativo. Tem que ter muita sorte. Ele tem sorte, sobreviveu a um atentado, foi eleito sem recurso. Mas eu gostaria que eles todos colocassem a mão na consciência e se esforçassem. Entendessem o tamanho do papel que eles têm. O presidente não é mais um deputado temático, é um presidente da República. O filho ainda é deputado, tem direito aos seus pensamentos, a sua manifestação? Tem. Porém, tem que compreender que não é ouvido mais apenas como deputado, mas como alguém que representa o governo, não de maneira institucional, mas é assim que as pessoas o ouvem. Eu fico preocupada, falam em reeleição, reeleição….Gente, estamos no primeiro ano de mandato e o tamanho das encrencas, é uma quantidade de conflitos que é para final de governo”, concluiu.
Apesar de alertar para esse risco, a deputada estadual afirma que, por enquanto, não há motivos concretos para que alguém entre com um pedido de impeachment contra Bolsonaro. “Por enquanto, nada. Juridicamente, não tem nenhum motivo para querer pretender afastar o presidente”.