O presidente Jair Bolsonaro, o presidente da China, Xi Jinping, e seus respectivos ministros e autoridades chinesas assinaram, nesta quarta-feira (13), nove atos. São cinco memorandos para entendimento de cooperação e fortalecimento das relações, um plano de ação na área da agricultura, dois protocolos sanitários para exportação de pera da China ao Brasil e de melão do Brasil à China, e um tratado sobre transferência de pessoas condenadas.
Em discurso, Bolsonaro destacou a vontade de “mais que ampliar” as relações com a China. “Queremos diversificar as nossas relações comerciais. É o país de destaque no mundo cuja forma como vê o Brasil”, disse. Emendou com agradecimentos ao governo chinês pelo respeito à soberania brasileira sobre a Amazônia. “Foi um gesto de grandeza que nos fortaleceu e muito. Sempre agradeceremos por essa oportunidade”, sustentou.
A China, continuou Bolsonaro, “cada vez mais faz parte do futuro do Brasil”. “O nosso governo vai, cada vez mais, tratar com o devido carinho, respeito e consideração desse gesto do governo chinês. Todos nós, brasileiros e chineses, temos o que ganhar em momentos como esse”, avaliou. A relação bilateral entre as duas nações, emendou, será “muito bem vindo” para que o Brasil possa agregar valor à produção interna.
O presidente chinês, por sua vez, também fez afagos, mas, ao contrário de Bolsonaro, adotou um discurso menos bilateral e mais multilateralista. “Vamos nos esforçar juntos para que a cúpula (do Brics) obtenha resultados frutíferos e emita sinais positivos de apoio ao multilateralismo, que dá justiça internacional e desenvolvimento aos países para que o Brics continue avançando e trazendo benefícios aos nossos povos”, destacou Xi Jinping.
O mandatário chinês sinalizou, ainda, a disposição em trabalhar junto com o Brasil para a promoção do intercâmbio e confiança mútua. “Vamos aproveitar nossas vantagens para o desenvolvimento comum, com igualdade, abertura (de mercado) e benefícios ao povo. A China gostaria de tratar a cooperação de três ou mais partes baseado no respeito às vontades dos países para fazer um bolo maior e realizar ganhos compartilhados”, destacou. Disse, ainda, que a China apoia firmemente o trabalho do Brasil de sediar a 11ª Cúpula do Brics. “Concordamos que China e Brasil são os principais mercados emergentes.”
Tal como Bolsonaro, Xi Jinping demonstrou interesse em uma relação duradoura com o governo brasileiro por uma amizade que tenha futuro “promissor e brilhante” com confiança ainda maior. “Vamos trabalhar juntos para garantir que a amizade entre China e Brasil avance na direção correta e supere todas as dificuldades e chegue com passos firmes a um futuro mais brilhante”, afirmou. A expectativa dele é que a troca de atos nas áreas de política, economia, comércio, agricultura, transporte alfandegário e saúde gerem resultados para reforçar a cooperação e dar impulso ao desenvolvimento dos dois países.