Segundo a ANSA, diversos protestos foram registrados nesta última segunda-feira (31) no sul da Itália, principalmente em Nápoles, depois que o governo da premiê Giorgia Meloni decidiu abolir o benefício da renda de cidadania para pessoas consideradas aptas a trabalhar.
Cerca de 169 mil famílias foram informadas por mensagem de texto que não receberão mais o subsídio, sendo que muitas delas não sabiam que iriam perder o auxílio.
Em Nápoles, os manifestantes se concentraram em um escritório do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) da Itália. Os líderes do ato tiveram uma reunião com o diretor da filial. Ao todo, mais de 21,5 mil famílias na província de Nápoles recebem a renda de cidadania.
Em Terrasini, na província de Palermo, um desempregado de 60 anos invadiu o gabinete do prefeito e ameaçou colocar fogo no local após receber a notificação de corte do benefício. Muitos prefeitos da região também têm pedido explicações e ajuda ao governo nacional.
A deputada Elly Schlein, secretária do Partido Democrático (PD), maior legenda de centro-esquerda e principal força de oposição, acusou o governo de Giorgia Meloni de ser “brutal” com “pessoas que têm dificuldades em preparar o almoço e o jantar”.
A primeira-ministra italiana, por sua vez, defende que o programa fracassou pelo fato de ter tirado o incentivo dos desempregados em procurar trabalho, além de ser muito suscetível a fraudes.
Com as novas medidas, a renda básica será substituída por dois novos benefícios. O primeiro é o chamado “subsídio de inclusão”, que auxiliará famílias que o governo considera mais fragilizadas, ou seja, aquelas que possuem ao menos um menor de idade, um idoso ou uma pessoa com deficiência.
O segundo, contudo, é denominado “Apoio à Formação e Trabalho” e será destinado para as famílias que têm pelo menos um membro apto para o trabalho. A nova ferramenta é menos consistente e com restrições mais rígidas.