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sábado 14 de outubro de 2023 às 17:21h

Israel afirma ter matado líder do Hamas que realizou ataques de 7 de outubro

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As Brigadas Ezzedine al-Qassam afirmaram neste sábado (14), em um comunicado, que alguns dos reféns foram mortos nos locais onde esses prisioneiros estavam detidos. Isso eleva para 22 o número de reféns do Hamas mortos desde o início da guerra, há uma semana, de acordo com o grupo extremista. Mais de 150 israelenses, estrangeiros e com dupla nacionalidade foram feitos reféns em 7 de outubro, conforme levantamento do governo israelense.

Israel continua a caça aos responsáveis ​​pelo ataque sangrento em seu território e anunciou ter eliminado Ali Qadi, comandante da companhia da unidade Nukhba (“elite” em árabe) do Hamas que liderou o ataque contra as localidades israelenses no limite da fronteira com a Faixa de Gaza, relata o correspondente da RFI em Jerusalém, Michel Paulo. O líder extremista foi morto por fogo aéreo, afirmou o porta-voz do Exército israelense, a partir de informações precisas fornecidas pelo Shin Bet, o serviço de segurança interna israelense.

Ali Qadi era um velho conhecido dos serviços israelenses. Preso em 2006 por assassinato e sequestro, ele tinha sido libertado como parte da troca de detidos, após a libertação do soldado franco-israelense Gilad Shalit, sequestrado em 25 de junho de 2006 pelo Hamas e solto em 18 de outubro de 2011, após cinco anos e meio de cativeiro na Faixa de Gaza.

Israel também afirma ter eliminado, na noite passada, o comandante das atividades aéreas do Hamas, Mourad Abou Mourad, que também esteve envolvido no ataque surpresa a Israel, há uma semana.

Incursões terrestres

As forças aéreas israelenses continuam bombardeando Gaza. Porém, o Exército garante que tem como alvo as células e infraestruturas do braço armado do Hamas: túneis, postos de comando e residências de seus líderes.

Para atingir esse objetivo, as tropas realizaram incursões terrestres na sexta-feira (13). Veículos blindados e unidades de infantaria foram mobilizados por algumas horas para eliminar a ameaça terrorista.

Outra meta é recolher informações que permitam a localização dos reféns. Atualmente, existem 120 civis nas mãos do Hamas. Encontrar essas pessoas e depois tentar libertá-las no labirinto urbano e subterrâneo que é Gaza é um imenso desafio para o Exército.

A tensão também é elevada na fronteira norte, onde as forças de Israel anunciaram, pela manhã, terem matado “vários terroristas” que tentavam se infiltrar a partir do Líbano. Durante à noite, um alvo do Hezbollah no sul do país foi atingido, em resposta à “infiltração” aérea e tiros.

Um bombardeio israelense matou dois civis no sul do Líbano, segundo informaram as autoridades locais, neste sábado. “Um homem e sua esposa foram mortos em sua casa por um bombardeio israelense”, disse o prefeito de Chebaa, Mohammad Harb, acrescentando que as vítimas tinham cerca de 40 anos.

Na sexta-feira, um cinegrafista da agência Reuters foi morto e seis outros jornalistas da AFP, Reuters e Al-Jazeera ficaram feridos em atentados à bomba no sul do Líbano. O Exército israelense afirmou hoje que lamentava “muito” esta morte, indicando “investigar” o caso, sem reconhecer explicitamente alguma responsabilidade.

Autoridades libanesas acusaram Israel de ser responsável pelo ataque que matou o jornalista da Reuters e feriu vários outros, na véspera.

Hamas acusa Israel de crimes de guerra

Neste oitavo dia de conflito, o chefe do braço político do movimento islâmico palestino Hamas, Ismail Haniyeh, acusou Israel de cometer “crimes de guerra” na Faixa de Gaza. Esse enclave palestino vem sendo incessantemente bombardeado desde o ataque contra Israel, em 7 de outubro.

“As atrocidades israelenses constituem crimes de guerra e violações flagrantes do direito internacional”, disse Haniyeh em uma carta aberta dirigida ao secretário-geral da ONU, António Guterres, conforme comunicado publicado no site do movimento islâmico palestino.

Enquanto isso, Israel voltou a advertir a população para que deixe o norte da Faixa de Gaza. O Exército indicou que houve um “movimento significativo” da população após suas instruções, mas acusou o Hamas, que rejeitou a convocação de evacuação, de tentar impedir as partidas. Israel costuma acusar o movimento islâmico de usar civis como escudos humanos.

Há quem se recuse a sair: “o inimigo quer nos aterrorizar e nos forçar ao exílio, mas resistiremos”, disse Abu Azzam, residente em Gaza.

Os ataques letais e destrutivos contra o território palestino já deixaram mais de 2.200 mortos, a maioria civis, incluindo 724 crianças, todos moradores desta estreita faixa localizada entre Israel e o Egito e sujeita a um bloqueio israelense desde 2006.

Mais de 1.300 edifícios foram completamente destruídos na Faixa de Gaza, informou o Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA). Cerca de 5.540 moradias “foram destruídas” nesses prédios, e outras 3.750 sofreram danos irreversíveis e não podem mais ser habitadas, acrescentou o OCHA.

Da Faixa de Gaza, o Hamas lançou uma chuva de foguetes contra o centro de Israel esta manhã.

No sul, na cidade palestina de Khan Yunis, uma menina ferida foi resgatada dos escombros. Centenas de pessoas ainda estão desaparecidas e os esforços para identificar os corpos continuam.

Do lado istaelense, pelo menos 1.300 pessoas, a maioria civis, foram mortos desde o ataque do Hamas, em 7 de outubro, que traumatizou Israel.

No momento, o mundo acompanha com apreensão temores de que o conflito se expanda na região e de que ocorra uma catástrofe humanitária em Gaza, privada de água, eletricidade e alimentos.

“Até as guerras têm regras”, lembrou na sexta-feira o secretário-geral da ONU, António Guterres, fazendo um apelo pelo “acesso humanitário imediato” a Gaza, atualmente sitiada. “O sistema de saúde está à beira do desastre”, e “os necrotérios estão lotados”, alertou.

O presidente americano, Joe Biden, também denunciou “a crise humanitária” em Gaza, ao mesmo tempo em que reiterou seu compromisso de entregar a Israel “o que for necessário para se defender e responder a estes ataques”.

Já o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, considerou, neste sábado, que a retirada de civis de Gaza solicitada por Israel é “totalmente impossível de implementar”.

Bruxelas anunciou que vai triplicar a ajuda humanitária a Gaza, para € 75 milhões. O anúncio foi feito neste sábado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. “Continuaremos a nossa estreita cooperação com as Nações Unidas e as suas agências para garantir que esta ajuda chegue aos que dela necessitam na Faixa de Gaza”, disse ela em um comunicado, um dia após visitar Israel.

Arábia Saudita interrompe discussões com Israel

A Arábia Saudita, um peso-pesado no Oriente Médio, anunciou neste sábado a suspensão das discussões sobre uma eventual normalização de suas relações com Israel. Esta decisão foi revelada por uma fonte próxima do governo, durante uma visita a Riade do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que conversou com o seu homólogo saudita, Faisal bin Farhane.

A Arábia Saudita apelou a um “cessar-fogo imediato em Gaza e arredores” e ao levantamento das restrições impostas por Israel à entrada de ajuda humanitária no território palestino, segundo um comunicado do governo saudita.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken pediu à China que use a sua “influência” no Oriente Médio. Em resposta, o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, disse que Washington deve “desempenhar um papel construtivo e responsável” no conflito entre Israel e Gaza.

Manifestação no Reino Unido

Milhares de pessoas saíram às ruas do centro de Londres, neste sábado, em apoio aos palestinos. A manifestação foi acompanhada por forte vigilância policial e acontece uma semana após o ataque lançado em Israel pelo movimento islâmico Hamas.

Contrariamente às proibições na França e na Alemanha, a marcha em Londres foi autorizada, mas a polícia avisou que iria prender qualquer pessoa que demonstrasse apoio ao Hamas.

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