Ipirá está prestes a se tornar a capital da produção de calçados e artefatos de couro. Projeto de lei nesse sentido, apresentado pelo presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), deputado estadual Adolfo Menezes (PSD), foi aprovado por unanimidade na sessão desta terça-feira, após um acordo assinado entre os líderes da bancada do governo, Rosemberg Pinto (PT), e da oposição, Alan Sanches (União Brasil), dispensando todas as formalidades regimentais. A manifestação do plenário ocorre a poucos dias do aniversário de emancipação política daquela cidade centenária, que será comemorado no próximo dia 20.
A outorga do título de Capital Estadual da Produção Industrial e Artesanal de Calçados e Artefatos de Couro vai, defende o proponente, valorizar “toda a cadeia produtiva do couro no território”. Ele ressalta que a realização simultânea do Festival do Couro e da Exposição Estadual do Couro, o “município estará se consolidando como produtor industrial e artesanal de Calçados e Artefatos de Couro”. Os dois eventos estão sendo regulamentados pela mesma proposição.
A proposição já havia sido apreciada na manhã da própria terça-feira pela Comissão de Constituição e Justiça, quando o parecer favorável do deputado Euclides Fernandes (PT) recebeu aprovação unânime. Faltava ainda a apreciação das demais comissões relativas à matéria e coube ao deputado Tiago Correia (PSDB) apresentar o relatório oral em plenário. Ele também votou a favor, sendo seguido pelos demais colegas.
“A proposição, além de atender às regras de interesse econômico e social, funcionará como instrumento de desenvolvimento territorial”, disse Adolfo na sua justificativa. Atualmente, funcionam três curtumes de couro, cuja cadeia produtiva é classificada como couro artesanal e industrial com suas tecnologias. “O couro artesanal tem em seu escopo a manufatura, baseada em ações de manualidades de acordo com as diretrizes do artesanato da Bahia”, definiu.
O couro industrial, por sua vez, está voltado à industrialização coureira com expertise em fabricação de bolsas, carteiras e assessórios de couro especializado, tendo como escopo a qualidade industrial e a movimentação da moda do couro ao nível nacional e internacional.
Na justificativa ao projeto, Adolfo ressalta que os polos Industrial e Comercial oferecem em media sete mil empregos diretos e indiretos. “Observa-se que as coordenadas geográficas, históricas e culturais das atividades do couro em Ipirá, que identificam as especificidades materiais e imateriais, surge na microrregião conhecida como Tríplice Coureira, constituída pelos povoados de Malhador, de Rio do Peixe e Umburanas, com origem histórica desde o período colonial, por meio de empreendedores vindos de Salvador, quando começaram o movimento do couro curtido, que ao longo dos anos e da tecnologia foram se transformando”, disse.
“Quanto às condições de mercado e as possibilidades de sustentabilidade do capital territorial do município de Ipirá, distingue-se pelas condições de territorialidade, expertise, história, economia, sustentabilidade, organização; e logística”. No entanto, o parlamentar destaca a necessidade de melhorar as condições e regulação do trabalho, mesmo com o potencial que o município tem já referendado historicamente no mercado, motivo pelo qual necessita dos agentes que influenciam na produção dos artefatos de couro em Ipirá, Bahia.