Em uum balanço da tormenta causada por declarações em entrevista a Reinaldo Azevêdo, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) admitiu ter cometido, no mínimo, um erro de comunicação, ao adotar análise quase acadêmica do fim do presidencialismo de coalizão citando superpoderes da Câmara, num ato que incomodou profundamente o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), conforme registra Daniela Lima, do Conexão GloboNews.
Numa avaliação interna, Haddad no fim acabou admitindo que usou “frases ruins” para formular sua análise e, desde segunda, tenta aparar arestas com o presidente da Câmara.
O ministro da Fazenda corre contra o tempo. Como o Conexão mostrou, ele quer votar o arcabouço fiscal até a próxima semana, e planejava deixar todas as eventuais mudanças no texto acordadas com a Câmara ainda nesta semana, já que na próxima vai com Lula para o encontro dos Brics na África do Sul.
A divulgação da rumorosa entrevista acabou selando um clima que já não vinha bom desde o fim da última semana. Na sexta-feira (11), Lira telefonou ao ministro para reclamar de o governo ter atrelado a medida provisória que taxa offshores à que trata do salário mínimo.
Para a Fazenda, a taxação de empresas sediadas no exterior é importante para bancar a ampliação da faixa de isentos do imposto de renda.
Com o atrito escalando, a previsão é a de que Lula entre em campo. O presidente deve receber Lira hoje à noite, no Palácio da Alvorada.