A ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça e ex-corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, falou em entrevista ao programa Isso é Bahia, da rádio A Tarde FM, sobre sua experiência na corregedoria e o combate contra corrupção no meio jurídico do estado, como exemplo os desdobramentos da Operação Faroeste.
De acordo com procuradores do Ministério Público Federal, com base em dados coletados pela operação, estima-se que a Faroeste, a primeira contra a corrupção no Judiciário baiano, pode atingir até 20% dos desembargadores do estado.
“Como corregedora eu tinha conhecimento de muitas coisas que se passavam na Justiça da Bahia e sabia dessa relação existente com interesses políticos. Essas questões do Judiciário não ficam apenas entre ele e os interesses particulares. Com a minha vivência na corregedoria pude observar essa corrupção no Judiciário e tentei combater para dar uma freada. Se você não combate a corrupção, a tendência é ela ir contaminando outras pessoas e vira uma bola de neve. Foi o que aconteceu na Bahia. As coisas começaram através de troca de favores e interesses políticos e foram piorando na medida que não se tomou nenhuma providência. Quando eu cheguei, já encontrei desenhado esse quadro”, afirmou na rádio.