Nas conversas dos deputados que buscam a reeleição, a conversa é a mesma: além das dificuldades naturais de uma eleição de dinheiro curto em tempo de Lava Jato, um velho estigma, o genético, entra no jogo político com expressão mais visível: nada menos que oito detentores de influência tentam agraciar os filhos com um mandato.
A lista: o senador Otto Alencar (PSD) quer emplacar o filho, Otto Filho, como deputado federal; o federal José Carlos Aleluia (DEM) quer o filho Alexandre Aleluia, já vereador em Salvador, estadual; Ângelo Coronel (PSD), candidato ao Senado com Rui Costa, quer o filho Diego estadual; e Marcelo Nilo (PSB), ex-presidente da Assembleia, quer emplacar o genro, Marcelo Veiga, também estadual.
No interior da Bahia
Um olhar pelo interior e a lista cresce. Vando (PSC), deputado estadual duas vezes, hoje prefeito de Monte Santo, quer eleger o filho Laerte estadual; o mesmo destino que Rogério Andrade (PSD), prefeito de Santo Antônio de Jesus, quer para o filho Rogerinho; e Robério Oliveira, prefeito de Eunápolis, e a esposa, Cláudia, prefeita de Porto Seguro, ambos do PSD, querem eleger a filha, Larissa.
Dizem que tal disposição é herança monárquica. Se assim o é, os insatisfeitos que se danem. O Brasil já começou assim, com Pedro primeiro passando o trono para o segundo.
Por Levi Vasconcelos