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quinta-feira 16 de dezembro de 2021 às 12:40h

Indicação de Anastasia ao TCU deixa eleição para o Senado aberta

NOTÍCIAS, POLÍTICA


A indicação do senador por Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSD) ao Tribunal de Contas da União (TCU) deixará segundo o jornal O Tempo, a disputa pela única cadeira do Senado em Minas aberta em 2022. Anastasia seria candidato natural à reeleição caso a senadora Kátia Abreu (PP) ou o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) fossem indicados ao TCU. Até então, o ex-governador liderava, com 28,9% das intenções de voto, o cenário estimulado da pesquisa DATATEMPO realizada entre 26 de novembro e 1º de dezembro. Agora, a corrida ficará aberta sem pré-candidatos com grande recall junto ao eleitorado.

Após a indicação de Anastasia também passar pelo crivo da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (15), o ex-deputado federal Alexandre Silveira (PSD) assumirá a cadeira no Senado. Logo, Silveira terá o último ano do mandato para se apresentar ao eleitorado mineiro em busca de viabilizar a eleição para as duas próximas legislaturas. Aliás, o presidente do PSD de Minas já postulava, ao menos nos bastidores, a pré-candidatura ao Senado diante da possibilidade de Anastasia ser indicado para o TCU. Entretanto, a DATATEMPO estimulada apresenta Silveira com apenas 2,1% das intenções de voto.

A pouco menos de um ano do pleito, o futuro senador está atrás de eventuais adversários para o Senado. O deputado federal Reginaldo Lopes (PT), por exemplo, soma 7,3%. Apesar de a ida de Anastasia para o TCU abrir caminho para Silveira, o próprio Reginaldo pode ser um adversário dentro do “mesmo quintal”. PT e PSD mantêm conversas para costurar uma composição majoritária a nível nacional. Ao passo que o PSD apoiaria a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência da República em detrimento da do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o PT embarcaria no projeto do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, para o Governo de Minas.

Reginaldo e Silveira, assim, disputariam a única vaga na chapa de Kalil para a candidatura ao Senado. De acordo com o próprio entorno, o petista teria resistência em abrir mão da candidatura, já que aparece à frente nas pesquisas estimuladas de intenção de votos. Além disso, Reginaldo assumirá, em fevereiro, a liderança do PT na Câmara dos Deputados, o que seria um argumento a mais para pleitear o Senado. A princípio, o parlamentar até foi especulado como pré-candidato ao Governo de Minas. Contudo, Lula teria lhe pedido para postular o Senado.

Já Silveira teria a seu favor a proximidade com o presidente da Executiva nacional do PSD, Gilberto Kassab, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O senador já deu mostras das habilidades políticas ao ser o principal fiador da candidatura de Anastasia ao TCU. Silveira é, atualmente, diretor de Relações Institucionais do Senado e despacha diretamente com Pacheco. Contudo, o próprio ex-deputado federal acredita que o acordo com o PT pode não prosperar, já que teria reflexos diretos, por exemplo, na reeleição do governador do Paraná, Ratinho Jr., o mais forte do partido. Além disso, a aliança poderia atrapalhar os planos de Kassab em eleger uma bancada federal considerável.

Em um cenário em que a aliança entre PT e PSD fosse mal sucedida, a reeleição de Silveira enfrentaria ainda a concorrência do candidato da chapa do governador Romeu Zema (Novo). Até o momento, os postulantes para a vaga são os deputados federais Marcelo Álvaro Antônio (PSL) e Marcelo Aro (PP). Tanto o PP quanto o PL devem apoiar o governador. Álvaro Antônio tenta se cacifar como o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Minas. Aro, por sua vez, é cada vez mais próximo ao Palácio Tiradentes, sendo que, inclusive, já se ofereceu para ser o vice de Zema. A última rodada da DATATEMPO projeta Álvaro Antônio e Aro com, respectivamente, 1,6% e 1,3% das intenções de voto. Entretanto, qualquer uma das duas candidaturas seria mais competitiva ao ser associada a Zema.

Relação de longa data

Silveira foi convidado pelo próprio Anastasia para assumir a primeira suplência na chapa para o Senado – o ex-deputado Lael Varella (PSD) é o segundo suplente. À época, o ex-governador foi eleito com 5.102.987 votos, ou seja, 56,7% dos votos válidos. O futuro senador já havia ocupado a Secretaria de Estado de Gestão Metropolitana e a Secretaria de Estado durante o governo de Anastasia em Minas, quando já era deputado federal. Ambos voltaram a trabalhar juntos nas eleições de 2018, quando Silveira foi coordenador-geral da campanha do senador para o Palácio Tiradentes.

Delegado de carreira da Polícia Civil, Silveira ingressou na vida eleitoral após ser diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) – o convite para participar do órgão foi feito pelo então vice-presidente José Alencar por meio da 6ª Unidade de Infraestrutura Terrestre. O presidente do PSD de Minas ocupou uma cadeira na Câmara na legislatura 2007/2011. Depois, reelegeu-se para a legislatura 2011/2015, quando deixou o mandato para integrar o primeiro escalão de Anastasia no Governo de Minas.

O jornal O Tempo informa que tentou contato com Silveira, mas não foi atendido. O diretor de Relações Institucionais do Senado manifestou-se apenas por meio de assessoria. “Assumirei a vaga no Senado como representante de Minas Gerais com uma grande responsabilidade. Vou ocupar a cadeira de um dos homens públicos mais qualificados do país, que fez um trabalho brilhante na Casa, o professor Anastasia. Assumo também o compromisso de trabalhar de forma incansável, não somente para honrar o trabalho excepcional realizado pelo amigo Anastasia, mas de lutar diuturnamente para defender os interesses de Minas e dos mineiros” afirma.

Anastasia também preferiu não se manifestar, já que, de acordo com a assessoria, aguarda a aprovação da indicação pela Câmara dos Deputados. O senador apenas agradeceu a indicação por meio de redes sociais. “Agradeço a confiança dos meus pares na minha trajetória de 38 anos dedicados à Administração Pública. Agradeço muito a Minas Gerais, cuja população que tanto amo me permitiu governar o Estado, ser senador da República e, por causa disso, ser indicado pelos meus colegas nessa votação história. Faço referência especial à liderança do nosso presidente, Rodrigo Pacheco”, diz.

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