O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) endossou a indicação de Aldo Rebelo (PDT) para substituir Marta Suplicy na secretaria de Relações Internacionais da prefeitura de São Paulo. Ex-ministro dos governos Dilma Rousseff e Lula, Aldo recebeu o convite do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na última quarta-feira, em reunião na sede do Executivo paulistano, como relevou o colunista Lauro Jardim, do O Globo.
Segundo aliados do ex-presidente, Aldo e Bolsonaro sempre tiveram uma boa relação, e o pedetista vinha mantendo contato com o núcleo duro do ex-presidente nos últimos meses. A ida de Aldo para a prefeitura de São Paulo cria uma saia-justa para o seu partido, o PDT, que declarou apoio ao pré-candidato Guilherme Boulos (PSOL-SP) no início do mês.
A indicação de Aldo para a prefeitura não causou rebuliço na base bolsonarista. Isso porque, embora seja ligado à esquerda, aliados do ex-presidente ressaltam que o ex-deputado é defensor da propriedade privada, do direito de defesa do cidadão e tem boa interlocução com o agronegócio. Eles lembram ainda que o ex-ministro rechaçou publicamente chamar o 8 de janeiro de golpe, dizendo que foi criada “uma fantasia” para legitimar a polarização no país.
—Vejo com bons olhos a indicação do Aldo porque dá musculatura ao grupo (do Nunes) para enfrentar e derrotar o Boulos e o PT. Todo reforço qualificado e de peso é bem-vindo para derrotar a esquerda —disse, ao GLOBO, o ex-secretário de comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten. —A indicação do Aldo mostra o pragmatismo da direita. Essa é a verdadeira frente ampla. E não o que o Boulos está fazendo —completou o ex-Secom, responsável por articular o apoio de Bolsonaro a Ricardo Nunes.