A Índia pode exportar até 1 milhão de toneladas a mais de açúcar na temporada 2022/23 se a produção ficar no limite superior das estimativas atuais, disse um funcionário de um dos maiores fabricantes de açúcar e etanol do país nesta quarta-feira (1º), diz Reuters.
Avantika Saraogi, da Balrampur Chini Mills, com sede em Calcutá, disse nos bastidores da Dubai Sugar Conference que as estimativas atuais para a produção de açúcar da Índia variam de 33,5 milhões a 34,5 milhões de toneladas.
A Índia exportou apenas 6,1 milhões de toneladas de açúcar até agora em 2022/23, abaixo do recorde de 11 milhões de toneladas na temporada anterior.
Funcionários do governo e da indústria tem diminuído a expectativa de mais exportações devido a uma queda esperada na produção, particularmente no principal estado produtor de Maharashtra.
Saraogi disse, no entanto, se a safra ultrapassar 34,0 milhões e o governo ver estoques suficientes em abril, pode muito bem aprovar até 1 milhão de toneladas de novas exportações.
A Indian Sugar Mills Association (ISMA) cortou sua previsão no final de janeiro para 34 milhões de toneladas para a temporada 2022/23 que termina em setembro, enquanto no início desta semana a All India Sugar Trade Association (AISTA) disse que o país provavelmente produziria apenas 33,5 milhões de toneladas.
Em contraste, Saraogi disse que a Balrampur Chini Mills deve registrar um aumento de 15% na produção de açúcar em 2022/23, após uma safra melhor este ano.
“Não é verdade para todo o país, mas para minha empresa é muito bom”, disse ela.
Saraogi disse que sua empresa está atualmente destinando 20% da produção de sacarose para a produção de etanol depois de dobrar sua capacidade no ano passado.
A Índia estabeleceu uma meta de 20% de mistura de etanol na gasolina até 2025, acima do nível atual de cerca de 10%, com o objetivo de economizar divisas, reduzir as emissões de carbono e melhorar a qualidade do ar.
Rahil Shaikh, vice-presidente da AISTA, disse na conferência que cerca de 4,5 milhões de toneladas de sacarose estão sendo desviadas para a produção de etanol, com o governo priorizando o etanol e o mercado doméstico de açúcar sobre as exportações.
Sonjoy Mohanty, diretor geral da ISMA, disse que a destinação de etanol está aumentando rapidamente e a meta de 20% de mistura até 2025/26 será alcançada.