A China se tornou a principal origem das importações de máquinas para o Brasil. Com crescimento de 60,5% entre janeiro e setembro deste ano, o país foi responsável por 25,5% do total de compras feitas pelo Brasil. Os Estados Unidos, que lideravam o ranking até 2020, registraram queda de 15,5% nas vendas para o país e caíram para a segunda posição, com 18,1% de share.
Os números impressionam porque, em 2007, a China era o quinto principal importador de máquinas para o Brasil, atrás de EUA, Alemanha, Itália e Japão. Os números foram compilados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) a partir de dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Apesar da presença chinesa, os produtores nacionais de máquinas registram crescimento significativo desde o ano passado. Em janeiro de 2020, 40% das máquinas usadas no Brasil eram de produção nacional. Hoje, a Abimaq afirma que a produção interna responde por 55% do total.
A explosão do mercado nacional, segundo a Abimaq, foi resultado de uma combinação de fatores: defasagem nos parques devido a um longo período sem investimentos, retomada da economia no pós-pandemia e mudanças de hábitos provocadas pelo home office, desvalorização cambial e o novo boom de commodities.
A associação estima que o crescimento será de 27% no final do ano . Para 2022, a previsão é de que o crescimento seja de 10%.
O desempenho é puxado pelos resultados dos setores rodoviário e agrícola. A expectativa é de que a produção de máquinas rodoviárias ultrapasse 30 mil unidades até o final de 2021, o que permitiria ao setor recuperar pela primeira vez os índices registrados entre 2012 e 2013. Em 2016, no auge da recessão econômica, a produção chegou a despencar para 11.731 unidades.
Já a receita líquida das vendas de máquinas agrícolas ultrapassou R$ 36 bilhões neste ano, um índice que é 35,2% superior ao de 2020. A Abimaq acredita que a taxa de crescimento do setor estará acima de 40% no fim de 2021.