A empresa norte-americana Inner Cosmos anunciou o início dos testes de sua “pílula digital” contra depressão, transtorno que afeta cerca de 5% dos adultos em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e é uma das maiores causas de incapacitação.
O paciente experimental é da cidade de St Louise, no estado do Missouri, nos Estados Unidos, e deve usar a inovação por um ano. Outro teste em humanos está marcado para começar no próximo mês, segundo o jornal Daily Mail.
O tratamento desenvolvido pela empresa consiste em um eletrodo que fica sob a pele do couro cabeludo e uma “cápsula de prescrição”, que se encaixa no cabelo dos pacientes para alimentar o dispositivo.
Ao ser implantado, o sistema busca reequilibrar as redes cerebrais através do envio de minúsculos pulsos elétricos para a região do cérebro afetada pela depressão – o córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo. Os estímulos acontecem uma vez por dia durante 15 minutos. Segundo a empresa, o dispositivo externo só precisa estar na cabeça nos momentos em que ocorre a administração.
A pílula digital Inner Cosmos é gerida por um aplicativo para smartphone, que também exibe gráficos de humor e depressão que podem ser compartilhados com médicos.
Implantes neurais
O Daily Mail destaca que os implantes para tratar os alinhamentos do cérebro tem sido desenvolvidos por diversas empresas, como Neuralink e Synchron, que correm para sair na frente desse mercado.
A maior parte dos projetos tem como foco ajudar pessoas com paralisia a controlar dispositivos digitais usando apenas o pensamento. Dessa forma, elas poderiam realizar tarefas como mandar mensagens e e-mail, e fazer compras online.
No caso da “pílula digital” da Inner Cosmos, trata-se da menor e menos invasiva tecnologia lançada até hoje, afirma a reportagem – seu implante tem aproximadamente o tamanho de um centavo e a cirurgia para instalá-lo leva apenas 30 minutos, sendo realizada em ambulatório.
“Nossa missão é criar um mundo que restaure o poder cognitivo da humanidade, reequilibrando a mente humana. Acreditamos que nossa abordagem pode aliviar a vida daqueles que sofrem de depressão e, eventualmente, escalar para outros distúrbios cognitivos”, relatou Meron Gribetz, fundador da empresa.
Gribetz finalizou que o seu objetivo é se afastar dos medicamentos prescritos e buscar um “tratamento mais eficaz”.