sábado 21 de dezembro de 2024
Da esquerda para a direita: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) — Foto: Fotos de Pablo Porciúncula/AFP, Brenno Carvalho/O Globo e Cristiano Mariz/O Globo
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segunda-feira 9 de setembro de 2024 às 06:23h

Impeachment de Moraes: a aposta de aliados de Bolsonaro para pressionar Pacheco

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Após os atos pelo impeachment de Alexandre de Moraes neste 7 de Setembro, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) preparam uma nova cartada segundo a colunista Malu Gaspar, do O Globo, para insistir na cassação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Desta vez, a ideia é pressionar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), convocando um protesto ainda neste mês para Belo Horizonte.

O objetivo é provocar constrangimento a Pacheco no seu berço eleitoral, dado que o senador já indicou que não vai levar adiante na sua gestão nenhum pedido de impeachment, nem contra Moraes e nem contra qualquer outro integrante do STF, conforme informou o blog. Nesta segunda-feira (9), a oposição vai apresentar mais um pedido de impeachment do ministro, que é o campeão de pedidos de impedimento no Senado.

Segundo três aliados próximos de Bolsonaro, o protesto em Belo Horizonte deve ocorrer ainda em setembro, dando apenas um intervalo para que se desenrolem os primeiros desdobramentos políticos da manifestação na Avenida Paulista, deste sábado. Uma possibilidade é que ocorra no dia 21, duas semanas após a mobilização em São Paulo.

“Belo Horizonte é a chave de tudo”, diz um senador da tropa de choque bolsonarista, em referência à importância de reverberar na capital mineira os atos na capital paulista.

O presidente do Senado é cotado para disputar a sucessão do governador Romeu Zema (Novo) em 2026 com o apoio de Lula. O mandato de Pacheco termina em 2027 e ele não pode disputar a reeleição no comando da Casa em fevereiro, quando deverá apoiar Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

O grau da adesão bolsonarista à manifestação pode ainda ter reflexos na corrida municipal belorizontina, já que o senador é o fiador da candidatura do atual prefeito, Fuad Noman (PSD), que é candidato à reeleição e está empatado com o bolsonarista Bruno Engler (PL) e outros três candidatos nas pesquisas.

A estratégia de pressionar Pacheco em “casa” não é por acaso.

Como publicamos no blog em outubro passado, o presidente do Senado constatou através de pesquisas de opinião internas que o maior fator de rejeição do eleitorado mineiro à sua figura é sua posição em relação ao Supremo, vista como intransigente pela parcela crítica à atuação da Corte.

Pedidos em tramitação

Até agora, segundo levantamento feito pela equipe do blog junto ao Senado, já tramitam na Casa ao menos 22 pedidos de impeachment contra Moraes. Um desses pedidos também inclui todos os integrantes do Supremo e outro tem como alvo, além de Moraes, o atual presidente da Corte, Luís Roberto Barroso.

Em 2021, o dirigente da Casa já arquivou sumariamente um pedido de impeachment contra Moraes apresentado pelo então presidente Jair Bolsonaro em 2021. A resistência em acatar novos requerimentos contra o ministro do Supremo ecoa justamente a imagem de “protetor” do STF.

Pacheco considera crucial recuperar esses eleitores para se viabilizar para o governo estadual. Seu último teste nas urnas foi em 2018, quando se elegeu senador pelo antigo DEM, e Minas Gerais indicou uma guinada à direita na disputa de 2022 com a eleição de quadros bolsonaristas com votações recordes e a reeleição de Zema no primeiro turno contra o popular ex-prefeito Alexandre Kalil.

Lula venceu Bolsonaro no estado, mas por uma margem mais apertada do que o resultado nacional: 50,2% a 49,8%. Por isso, nos cálculos de Pacheco, o apadrinhamento do presidente não será suficiente e ele precisará do voto bolsonarista para se eleger governador.

A manifestação em Belo Horizonte em plena eleição municipal poderia chamuscar seu capital eleitoral. A partir de fevereiro, o mineiro não contará mais com o prestígio da caneta de presidente do Congresso Nacional. É com esse cenário que os bolsonaristas contam, mas antes é preciso combinar com as ruas.

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