O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que não há “prejuízo de tempo” na decisão de adiar para a semana que vem a distribuição das presidências das comissões permanentes. As declarações ocorreram em entrevista a jornalistas num evento da organização Todos pela Educação, em São Paulo, nesta quinta-feira (13).
“Nós optamos por, na próxima terça-feira (18), fazer uma reunião exclusiva para definir as comissões, com qual comissão cada partido ficará. Até porque, se tivéssemos feito hoje, elas teriam também que ser instaladas só na próxima quarta-feira. Então, não há prejuízo de tempo”, afirmou.
Motta prosseguiu: “Nós colocamos esse prazo da próxima terça para que possíveis entendimentos possam ser estabelecidos e, na terça, cheguemos a essa reunião já com amplo consenso acerca das presidências das comissões permanentes da Câmara”.
Conforme mostrou o Broadcast Político mais cedo, as bancadas da Câmara não conseguiram chegar a um acordo sobre a distribuição das comissões permanentes. Esses colegiados funcionam como porta de entrada para que propostas legislativas cheguem até o plenário da Casa.
O PL, por ter o maior número de deputados, tem direito a fazer os dois primeiros pedidos de comissões. O líder do partido na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), tem dito que quer as comissões de Relações Exteriores e de Saúde.
O PT vem na sequência, com direito a um pedido. Em seguida, o PL pede mais uma vez, e o PT faz mais uma solicitação. Só depois os demais partidos passam a fazer os pedidos, de acordo com a proporcionalidade.
O PT indicava preferência pelas comissões de Educação e de Fiscalização e Controle, mas o líder Lindbergh Farias (RJ) disse nesta quinta que pode mudar a estratégia e priorizar Direitos Humanos. Já o PL indica que sua 3ª preferência seja Minas e Energia, mas disputa o posto com o PSD.
Além disso, o MDB e o União Brasil disputam a relatoria do Orçamento de 2026. Nessa negociação, o MDB é mais cotado ao cargo, enquanto o União ficaria com a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O PL, no entanto, também quer a CCJ.