A propaganda eleitoral da Bahia estreou na televisão nesta sexta-feira com um “cabo-de-guerra” entre três forças políticas. Favorito na disputa, ACM Neto (União Brasil) usa a imagem do avô — o ex-governador Antônio Carlos Magalhães, o saudoso ACM, que faleceu em 2007 e deu início ao ‘carlismo’ — para se concorrer ao Palácio de Ondina pela primeira vez. Já os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da SIlva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) dão o nome e o rosto às candidaturas do ex-secretário de Educação Jeronimo Rodrigues e do ex-ministro da Cidadania João Roma.
O ex-prefeito de Salvador pode vencer as eleições pelo União Brasil no primeiro turno com 54% dos votos, segundo a última pesquisa Datafolha. Se concretizado, o resultado representaria o fim de 16 anos de governo do PT no estado. ACM Neto usa louros da gestão à frente da capital para impulsionar a candidatura, além de críticas sobre segurança, saúde e infraestrutura no estado durante a era petista.
A sigla, que tem a Bahia como principal vitrine eleitoral para 2022, se consolidou no estado com dois mandatos consecutivos de Jaques Wagner e de Rui Costa no Palácio de Ondina. Agora, tenta completar duas décadas ao lançar Jeronimo Rodrigues sob as bandeiras do combate à fome e de incentivo à educação, à justiça social e à democracia e associando o ex-secretário à imagem de Lula, forte candidato ao Planalto no estado, com imagem de ambos em comício eleitoral.
O jingle “Lula é Jerônimo, Jerônimo é Lula” se transformou numa dancinha de Tik Tok durante a propaganda eleitoral. A estratégia já havia sido utilizada anteriormente com a reedição de um hit de Salvador, uma espécie de “pagode proibidão” que, na versão original, se tornou até mesmo dancinha na Coreia do Sul.
Roma, por sua vez, busca impulsionar a candidatura sob o nome de Bolsonaro e capitanear para os louros à frente da Cidadania. Na propaganda, o ex-ministro se apresenta como o pai do Auxílio Brasil, que passou a pagar R$ 600 com a aprovação da PEC das Bondades pelo Congresso Nacional. O ex-aliado de ACM Neto também evoca a gestão da pasta durante as enchentes na Bahia. É o candidato, inclusive, quem apresenta os nomes do PL para a Assembleia Legislativa baiana.
No Senado, a disputa de forças se repete ainda que em menor intensidade. O herdeiro político de ACM apresenta o deputado federal Cacá Leão (PP-BA) como seu nome à Casa. Já Otto Alencar (PT) humaniza sua imagem enquanto candidato a partir de falas da família e mostrando a vida no campo, com as imagens de Lula e de Jerônimo ao fim da propaganda. O PL lançou Raíssa Soares sob a bandeira da saúde, mas sem associar a Bolsonaro.
À esquerda, Lula, Jerônimo e Otto puxam votos para as candidaturas da coligação integrada pelo PT para a bancada estadual sob as bandeiras da agricultura familiar, da distribuição de renda e da educação. Já no campo da direita, ACM Neto e Leão tentam alavancar votos para aliados estaduais com a defesa à família e aos valores cristãos.
Confira o tempo de cada candidato ao governo na televisão:
- ACM Neto (União): 4 minutos e 39 segundos a cada horário eleitoral;
- Jerônimo Rodrigues (PT): 3 minutos e 39 segundos;
- João Roma (PL): 1 minuto e 12 segundos;
- Kleber Rosa (Psol): 27 segundos.
Confira o tempo de cada candidato ao Senado:
- Cacá Leão (PP): 2 minutos e 19 segundos;
- Otto Alencar (PT): 1 minuto e 49 segundos;
- Raissa Soares (PL): 36 segundos;
- Tâmara Azevedo (Psol): 27 segundos.