Outro transporte subutilizado no Brasil é o ferroviário (leia matéria aqui), o ideal para maiores distâncias e bens de baixa perecibilidade, como grãos e minérios. A malha do país , na verdade, diminuiu nos últimos anos. “Nos anos 30 e 40 ela era de 38,5 mil quilômetros, hoje está entre 26 e 27 mil, o investimento em infraestrutura não traz lucros imediatos, porém é uma necessidade de agora.
Na última quinta-feira (19) no Palácio do Planalto, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França reafirmou que a própria pasta de Portos e Aeroportos deverão seguir cuidando das hidrovias nacionais, sendo contrario ao ministro dos Transportes, Renan Filho, do MDB, que estava na pretensão de levar a área para sua pasta – como foi informado na quarta (18).
“As hidrovias e todo esse sistema, ele está hoje no Ministério dos Portos e Aeroportos, é como as coisas foram agregadas na medida provisória”, disse França ao ser questionado pelo Correio, e ainda completou, “O presidente Lula naturalmente quando ele fez essa divisão ele tomou uma decisão, mais evidente que ele como presidente da República se ele quiser tomar outra decisão a gente respeita.”
O ministro Renan Filho disse que negociaria com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e com a secretária-executiva do órgão, Miriam Belchior, a recomposição de atribuições do Ministério dos Transportes para que acomodasse essa área, ao que Márcio disse que, “Todo mundo pode reivindicar tudo, mas eu diria que o estado da obra é o corte que foi feita quanto foi editada a medida provisória”, apontou ele.
Renan Filho fez sua declaração na quarta-feira (18) no lançamento do plano de investimento de 100 dias para a pasta dos Transportes. “Eu entendo que hidrovias são meios para chegar a portos e aeroportos. Com a divisão, ficou uma área cinzenta”, afirmou Renan Filho. “Estamos falando com Casa Civil e também com o Congresso Nacional sobre o assunto”, completou ele. No entanto, segundo o Correio apurou, o assunto, em momento algum, foi tratado juntamente do Márcio França, o titular dos Portos e Aeroportos.
França pontuou que o novo governo ainda não conseguiu responsáveis para a autoridade portuárias “Como nós não fizemos ainda alterações nas autoridades portuárias, os diretores que lá estão são os mesmos que estavam, a partir dessa semana com as alterações, semana que vem estão convocados todos os conselhos portuários para alterar as autoridades portuárias, ai começamos do nosso jeito”.
Márcio França ainda indicou o nível de deficiência existentes nos portos brasileiros, “Nem todos os portos estão em sua dragagens adequadas, então alguns navios não estão conseguindo chegar na plenitude, inclusive passageiros, e ao mesmo tempo em portos e aeroportos. Que a gente tenha os portos modernizados e adequados”. O ministro também não descartou as privatizações de serviços nos portos: “O que a gente discute sobre a privatização dos serviços, que podem até ser serviços novos como questão de dragagem”.
Conversa em São Paulo
Ele também falou sobre a conversa que teve com o Gilberto Kassab (PSD), que é o secretário da Casa Civil do governo do Estado de São Paulo. “Eu conversei ontem (18) com o secretário Kassab, que é uma pessoa que está no governo de São Paulo para que a gente fizesse uma aproximação de ideias, de conceito. E tenho impressão de que o próprio governador Tarcísio compreende que, como houve uma alteração eleitoral, as lógicas de você privatizar a autoridade estão mais que superadas”, apontou França.
Malha ferroviária dos EUA e do Brasil: Entenda e confira as diferenças entre os países