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sexta-feira 20 de setembro de 2024 às 09:19h

Hezbollah dispara mais de 100 foguetes contra Israel, que realiza ataques aéreos

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As forças de paz das Nações Unidas no Líbano pediram uma redução imediata das hostilidades entre Israel e a milícia libanesa Hezbollah, aliada do grupo terrorista palestino Hamas e financiada pelo Irã, após os dois lados trocarem disparos pela fronteira nesta sexta-feira, 20. Na véspera, as forças israelenses lançaram os mais intensos ataques aéreos contra o território do país vizinho desde o início da guerra em Gaza, quando o Hezbollah começou os disparos em solidariedade aos palestinos. Tudo isso ocorre em um momento de alta tensão, após uma série de explosões de pagers usados por combatentes libaneses matar 37 pessoas no Líbano e ferir mais de 3 mil, uma sabotagem atribuída a Tel Aviv.

A força de paz das Nações Unidas no sul do Líbano disse na manhã desta sexta-feira que as 12 horas anteriores tinham visto “uma forte intensificação das hostilidades” na fronteira. Os ataques aéreos israelenses atingiram pelo menos três vilas no sul do Líbano, de acordo com fontes de segurança locais e a Al-Manar TV, emissora ligada ao Hezbollah.

Já o grupo extremista libanês disse que seus combatentes dispararam um míssil guiado contra tropas israelenses em Metula, uma cidade na fronteira que tornou-se alvo frequente do Hezbollah no último ano. A rádio israelense informou que moradores de várias cidades no norte do país foram instruídos pelo Comando de Frente Interna do Exército a permanecerem perto de seus abrigos. Os militares israelenses contabilizaram ao menos 140 foguetes lançados contra o país nesta sexta-feira.

Segundo o Hezbollah, os foguetes Katyusha miravam várias bases de defesa aérea, bem como a sede de uma brigada blindada israelense. Tel Aviv disse ter interceptado a maioria dos dispositivos com os sistemas de defesa, mas falou em uma vítima com um ferimento “pequeno” na região norte. A Polícia de Israel acrescentou que bombeiros foram mobilizados para responder aos incêndios provocados pela queda dos foguetes.

“Estamos preocupados com a escalada de ataques na Linha Azul (fronteira libanesa-israelense) e pedimos a todos os atores que diminuam imediatamente a tensão”, disse o porta-voz da força de paz das Nações Unidas, Andrea Tenenti, à agência de notícias Reuters.

Ameaça de guerra total

O exército israelense disse, na quinta-feira 19, ter atingido centenas de lançadores de foguetes do Hezbollah que haviam sido usados para atacar seu país. Ao menos quatro pessoas ficaram feridas, e fontes de segurança libanesas classificaram o ataque como o mais pesado desde o início das hostilidades, em outubro passado. Há temores de que o conflito de atrito torne-se uma guerra total, em especial após a explosão de pagers e walkie-talkies da milícia do Líbano.

Este é o pior conflito entre Israel e o Hezbollah desde uma sangrenta guerra de três meses em 2006. Na quinta-feira, os Estados Unidos alertaram as nações do Oriente Médio contra a escalada, dizendo que a prioridade de Washington é encontrar uma solução diplomática para a situação.

“Continuaremos a defender o direito de Israel de autodefesa, mas não queremos ver nenhuma parte intensificar esse conflito, ponto final”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em entrevista coletiva.

Mais de 460 combatentes do Hezbollah foram mortos desde 7 de outubro do ano passado, quando começou a troca de disparos com o Exército israelense em paralelo à guerra em Gaza, além de cerca de 170 civis. Em Israel, pelo menos 52 pessoas foram mortas – 50% civis, os outros 50% soldados –, de acordo com o Instituto Israelense de Estudos de Segurança Nacional.

Reunião emergencial

O Conselho de Segurança das Nações Unidas, composto por 15 membros, deve se reunir nesta sexta-feira para discutir as explosões dos “pagers-bomba”. O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, culpou Israel pelo “massacre” em um discurso televisionado, caracterizando o incidente como “uma declaração de guerra” e prometendo vingança.

Israel não assumiu a autoria dos ataques, mas o ministro da Defesa do país, Yoav Gallant, falou na quinta-feira sobre uma “nova fase da guerra” com foco na fronteira norte, com o Líbano, cujo objetivo seria o retorno seguro dos israelenses deslocados pelos disparos às suas casas. Estima-se que cerca de 80 mil pessoas tenham sido obrigadas a deixar a região.

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