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sábado 25 de novembro de 2023 às 17:18h

Hamas alega violação de acordo e adia libertação de reféns

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Grupo radical islâmico disse que Israel não respeitou termos do pacto, principalmente a entrada de caminhões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Israel nega violação.O grupo radical islâmico Hamas anunciou neste sábado (25) o adiamento da libertação do segundo grupo de reféns israelenses, acusando Israel de violar o acordo intermediado por Catar, Egito e Estados Unidos.

“Adiamos a libertação do segundo grupo de prisioneiros até que a ocupação cumpra os termos do acordo em relação à entrada de caminhões de ajuda no norte da Faixa de Gaza, e devido ao não cumprimento das regras acordadas para a libertação de prisioneiros”, anunciaram as Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas, em comunicado, sem especificar de quanto tempo seria esse atraso.

Fontes israelenses negaram à agência de notícias EFE terem violado os termos do acordo.

Horas antes do comunicado, Taher al-Nono, assessor de Ismail Haniyeh, chefe do escritório político do Hamas – ambos baseados no Catar – já havia acusou Israel de desrespeitar o pacto.

O acordo prevê uma trégua de quatro dias nos combates para a troca de 50 reféns israelenses por 150 prisioneiros palestinos, além da entrada diária de 200 caminhões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Na sexta-feira, o primeiro dia da trégua, o Hamas libertou 13 reféns israelenses – além de dez tailandeses e um filipino –enquanto Israel soltou 39 prisioneiros.

A troca deste sábado deveria ter ocorrido à tarde (horário local). O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia recebido no início do dia uma lista de nomes que seriam libertos.

À noite, após mediação, Catar e Egito divulgaram que o Hamas libertará ainda neste sábado 13 reféns israelenses e sete estrangeiros. Em troca, 39 mulheres e menores palestinos detidos em Israel serão soltos.

O que alega o Hamas

O Hamas afirma que Israel não cumpriu os termos do acordo em pelo menos dois pontos: a antiguidade dos prisioneiros libertados e o número de caminhões de ajuda humanitária.

O assessor de Haniyeh reclamou que o fluxo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza está sendo “muito menor do que o acordado”, sobretudo no norte.

O Egito confirmou que cerca de 50 caminhões transportando ajuda humanitária destinada ao norte da Faixa entraram neste sábado na passagem de Rafah, enquanto o Crescente Vermelho disse que eram 61.

A ONU informou que 137 caminhões de ajuda e cerca de 130 mil litros de combustível entraram na sexta-feira, o primeiro dia do acordo, mas o COGAT, o órgão militar israelense que controla os assuntos civis nos territórios palestinos ocupados, estimou o número em 200 caminhões.

De acordo com Nono, Israel também não cumpriu, na primeira libertação, a exigência de antiguidade dos 39 prisioneiros palestinos ( 24 mulheres e 15 adolescentes).

“O descaso da ocupação com a questão da antiguidade na libertação de prisioneiros coloca o acordo em perigo real”, ressaltou Nono.

Além desses dois pontos, o Hamas alega que houve descumprimento do cessar-fogo.

“A ocupação [israelenses] realizou operações de tiro contra muitos cidadãos durante a trégua, o que levou ao martírio de dois cidadãos ontem”, reportou Nono.

A ONU confirmou neste sábado que pelo menos um civil da Faixa de Gaza foi morto por tiros israelenses em Deir al-Balah, no sul do enclave, enquanto grupos de habitantes tentavam aproveitar o cessar-fogo para retornar às suas casas no norte, de onde Israel havia ordenado a saída de moradores semanas atrás.

Em 7 de outubro, combatentes do grupo radical islâmico Hamas cruzaram a fronteira da Faixa de Gaza com Israel e mataram 1.200 pessoas, sequestrando cerca de 240, segundo números do governo israelense. O ataque deu início ao atual conflito na Faixa de Gaza.

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