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segunda-feira 9 de outubro de 2023 às 09:49h

Guerra interna mostra Partido Republicano nos EUA enfraquecido para os eleitores

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A queda do presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, deixa em evidência o racha entre os membros do partido, faltando um ano para as eleições presidenciais de 2024, e prejudica a imagem do Partido Republicano diante dos eleitores indecisos.

“Apesar de a queda de McCarthy parecer uma demonstração de força dos trumpistas, isso pode aparentar uma ideia de fragilidade e de falta de unidade”, afirma o professor de relações internacionais James Onnig, da Facamp (Faculdades de Campinas).

Na terça-feira (3), McCarthy foi destituído do cargo após votação que teve o placar de 216 votos favoráveis e 210 contrários. A iniciativa foi movida por oito membros da ala mais radical e trumpista de seu partido.

“O que vimos acontecer nesta semana aprofunda as divisões dentro do Partido Republicano e é perigoso para a imagem do Partido Republicano perante os eleitores indecisos”, diz Onnig.

Uma briga interna entre os republicanos é a causa principal da destituição de McCarthy, bem como uma disputa de poder que vem desde a época do governo de Donald Trump.

O presidente da Câmara se colocava como um apoiador do ex-presidente, mas eventualmente negociava pautas com os políticos democratas.

A última delas foi um projeto de lei orçamentário temporário, que foi aprovado por 335 votos a 91 após McCarthy mudar de posição e decidir negociar com os membros do partido de Joe Biden.

A medida foi um passo-chave para evitar a paralisação dos serviços federais e permite ao governo funcionar por mais 45 dias, quando um acordo definitivo para o orçamento do próximo ano fiscal terá que ser fechado.

“Os republicanos, sobretudo os trumpistas, não confiavam no McCarthy, e os democratas também não, pelo fato de ele ser republicano”, diz o internacionalista Igor Lucena, doutor em Relações Internacionais da Universidade de Lisboa.

“Na prática, ele ficou sem base — e, quando um líder fica sem base, o risco de ele ser destituído do cargo é muito grande.”

Segundo os especialistas ouvidos pelo R7, é possível dizer que McCarthy criou as condições para ser retirado do cargo. Isso porque, no início deste ano, ele fechou um acordo com os republicanos mais radicais para se tornar presidente da Casa. O acordo dava a qualquer congressista o poder de forçar uma votação sobre a possibilidade de destituí-lo.

McCarthy não imaginava que esse dispositivo seria de fato usado, uma vez que sua queda seria um episódio inédito na história dos Estados Unidos. Ele acreditou que teria influência para conseguir se manter à frente do cargo, mas não considerou as disputas internas de seu partido. Os republicanos divergem em várias questões, como parcerias energéticas e gastos com a guerra na Ucrânia.

O que acontece agora?

O republicano da Carolina do Norte, Patrick McHenry, que apoiou McCarthy, é agora presidente interino da Câmara, ou seja, provisório. Não está claro se ele terá todos os poderes do cargo ou simplesmente poderes administrativos e a capacidade de supervisionar uma nova eleição.

Por ora, apresentaram-se para o cargo dois congressistas: Steve Scalise e Jim Jordan, esse último apoiado por Trump.

Uma vez que um presidente efetivo tomar posse, a primeira tarefa a ser cumprida é dar continuidade à questão do orçamento provisório, que é fundamental para o funcionamento dos serviços federais.

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