Os líderes do Canadá e da Alemanha assinaram um acordo de hidrogênio verde nesta última terça-feira (23), abrindo caminho para uma rede de fornecimento transatlântica, à medida que a Europa busca reduzir sua dependência da energia russa.
“É um voto de confiança no Canadá como líder em energia limpa”, disse o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, durante entrevista coletiva com o chanceler alemão, Olaf Scholz.
“O mundo não pode continuar dependendo de países autoritários, que convertem a política energética em arma, como a Rússia, que não se preocupa com as consequências ambientais ou os direitos trabalhistas, sequer com os direitos humanos”, acrescentou.
Moscou cortou a exportação de energia para a Europa em resposta às sanções aplicadas pelo Ocidente após a invasão à Ucrânia, manobra que obrigou os países a buscarem alternativas.
Scholz disse que é necessário discutir “as restrições a curto prazo e o gás natural liquefeito, mas, a longo prazo, o verdadeiro potencial reside no hidrogênio verde proveniente das províncias do Atlântico ricas em vento e pouco povoadas”.
O Canadá pretende se tornar o maior produtor e exportador de hidrogênio e outras tecnologias limpas, para substituir os combustíveis fósseis, que têm impacto nas mudanças climáticas.
Em declaração conjunta, Trudeau e Scholz delinearam os planos para “dar início à economia do hidrogênio e criar uma rede de fornecimento transatlântica”. O plano é fazer os primeiros envios de hidrogênio canadense para a Alemanha no mais tardar em 2025, segundo a declaração.
O Canadá antecipou que também exportaria hidrogênio para um mercado europeu mais amplo.