O Ministério da Saúde tem pago, durante a pandemia do novo coronavírus, valores até 185% maiores na compra de produtos para as redes públicas federal, estadual e municipal. A conclusão decorre da análise de 34 contratos emergenciais assinados pela pasta.
A maior diferença encontrada foi nas sapatilhas próprias para hospitais, feitas de TNT, usadas até o tornozelo para evitar contaminação.
Segundo a Folha, o órgão pagou R$ 0,07 por par, em um lote de 100 mil itens em 2 de março. Menos de um mês depois, assinou novo contrato a R$ 0,20. O álcool em gel —que teve altas de até 300% no varejo de alguns estados, segundo os Procons— também está saindo mais caro para o governo. No início da crise, o frasco de 500 ml foi vendido à pasta por R$ 3,91; no início de abril, o valor pulou para R$ 6,68, aumento de 70%.
O Ministério da Saúde atribuiu as variações ao dólar e à elevação da demanda. A pasta também afirma que a compra de insumos, equipamentos e afins é um dos maiores desafios. Aventais, luvas, toucas e máscaras são os produtos mais difíceis de encontrar.