O governo federal tem feito, nos últimos dias, uma força-tarefa para que deputados federais compareçam à votação da PEC dos Precatórios nesta quarta-feira (3). Segundo apuração do analista de política da CNN Gustavo Uribe, lideranças informaram que houve a indicação de liberação de emendas e cargos para convencer o comparecimento na votação.
Ainda de acordo com Uribe, o texto ainda possui pontos que não agradam aos deputados, por exemplo, em relação aos professores: tanto oposição quanto membros da base aliada não querem votar a proposta sem uma previsibilidade de pagamento de quase R$ 16 bilhões, que eram do antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), para professores estaduais de estados como Bahia, Ceará e Pernambuco.
Partidos como o PSDB e o MDB também reclamam da mudança do teto de gastos previsto no texto.
Quórum necessário
O Palácio do Planalto acredita conseguir quórum para a votação, colocando cerca de 400 a 500 deputados federais em plenário.
A cúpula da Câmara dos Deputados, porém, não parece tão otimista. Ainda segundo informações do analista de política da CNN Gustavo Uribe, muitos parlamentares chegaram a entrar em contato com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pedindo que a votação não acontecesse nesta quarta-feira, porque eles estão em suas bases eleitorais já trabalhando para as eleições de 2022, e muitos pretendem continuar até a próxima semana.
Amanhã, Lira terá um encontro com as lideranças partidárias justamente para discutir as últimas alterações no texto da proposta, apesar da falta de otimismo em relação ao quórum necessário. Caso realmente não haja, há a possibilidade de que a votação seja remarcada para quinta-feira (4) ou, mais provável, para a semana que vem.