O Pentágono está formando uma nova força-tarefa para investigar OVNIs que foram observados por aeronaves militares dos EUA, de acordo com dois oficiais da defesa.
O vice-secretário de Defesa David Norquist ajudará a supervisionar a força-tarefa, que deve ser oficialmente anunciada nos próximos dias. Os esforços anteriores para investigar o que o Pentágono chama de “fenômenos aéreos não identificados” foram liderados pela Marinha dos EUA, já que muitos dos encontros documentados envolveram suas aeronaves.
O Departamento de Defesa não respondeu a um pedido de entrevista para esta reportagem.
Congressistas e funcionários do Pentágono há muito expressam preocupação com o aparecimento de aeronaves não identificadas que sobrevoaram bases militares dos EUA, representando um risco para os jatos. Não há consenso sobre a origem delas. Alguns acreditam que os OVNIs podem ser drones operados por adversários em terra que buscam reunir informações secretas – e não por seres extraterrestres.
O Comitê de Inteligência do Senado votou em junho para que o Pentágono e os serviços de inteligência fornecessem uma análise pública dos encontros, logo após a divulgação, pelo Pentágono, de três vídeos curtos mostrando aeronaves norte-americanas encontrando esses objetos.
“Temos algo sobrevoando nossas bases militares e locais onde estamos realizando exercícios militares, e não sabemos o que é e não é nosso, portanto esse é uma pergunta legítima que devemos nos fazer”, afirmou o presidente do comitê, o senador Marco Rubio, a uma estação de notícias local de Miami, WFOR-TV, em julho.
“Honestamente, se for algo de fora deste planeta, isso pode ser até melhor do que algum tipo de salto tecnológico por parte dos chineses ou russos ou de algum outro adversário”, acrescentou.
Vídeos reabriram debate
Os vídeos divulgados pelo Pentágono parecem mostrar objetos voadores não identificados se movendo rapidamente, gravados por câmeras infravermelhas. Dois dos vídeos mostram militares reagindo com admiração pela rapidez com que os objetos se movem. Uma voz especula que poderia ser um drone. Em abril, o presidente Donald Trump chamou a filmagem de “um baita de um vídeo” e disse à Reuters que se perguntou “se ele é real”.
Em maio, a CNN obteve “relatórios de perigo” detalhando encontros entre aeronaves da Marinha dos EUA e “fenômenos aéreos não identificados” no Centro de Segurança da Marinha.
“A aeronave desconhecida parecia ser pequena em tamanho, aproximadamente do tamanho de uma mala e na cor prata”, disse um relatório que descreve um incidente ocorrido em 26 de março de 2014.
Os relatórios descrevem os fenômenos observados como “Sistemas Aéreos Não Tripulados (UAS, na sigla em inglês)” – a terminologia oficial do Pentágono para drones.
Os vídeos da Marinha foram divulgados pela primeira vez entre dezembro de 2017 e março de 2018 pela To The Stars Academy of Arts & Sciences, uma empresa co-fundada pelo ex-músico do Blink-182 Tom DeLonge, que estuda informações sobre fenômenos aéreos não identificados.
O Pentágono tinha gravações previamente estudadas de encontros aéreos com objetos desconhecidos como parte de um programa sigiloso criado a pedido do ex-senador Harry Reid, de Nevada. O tal programa foi lançado em 2007 e encerrado em 2012, segundo o Pentágono, porque avaliou-se à época que havia prioridades maiores necessitando de financiamento. O ex-chefe do programa, Luis Elizondo, disse à CNN em 2017, que pessoalmente acredita “há evidências muito convincentes de que podemos não estar sozinhos”.