O Peru, segundo país da América Latina com mais contagiados pela COVID-19, superou neste sábado (6) os 190.000 casos confirmados, em meio a uma escassez de oxigênio para pacientes graves em seus hospitais, informou o ministério da Saúde.
A cifra oficial de mortos subiu para 5.301, um aumento de 139 nas últimas 24 horas, enquanto os contagiados somaram 191.758, com 4.358 novos casos, segundo o balanço mais recente das autoridades sanitárias.
O Peru é o segundo país da América Latina em casos de coronavírus depois do Brasil e o terceiro em número de óbitos, depois do Brasil e do México.
Nos hospitais peruanos há 9.500 pacientes com COVID-19, segundo o balanço, o que coloca o sistema de saúde à beira do colapso e com uma escassez aguda de oxigênio médico para tratar os doentes graves, razão pela qual foi declarado “recurso estratégico” pelo governo na quinta-feira.
Segundo fontes do Ministério da Saúde, o Peru enfrenta um déficit de até 8.000 balões de oxigênio médico e as fábricas que o produzem foram sobrecarregadas pela crise, o que também desatou uma alta especulativa nos preços do produto.
O governo anunciou que fará compras e importará oxigênio para solucionar o desabastecimento.
“Cuidem-se, tomem todos os cuidados, não é o momento de adoecer. Hoje, menos do que antes, não é o momento de adoecer porque o nosso sistema de saúde está muito impactado”, disse à imprensa o ministro da Saúde, Víctor Zamora.
O Peru, com 33 milhões de habitantes, está há 83 dias em confinamento nacional obrigatório, sob um toque de recolher noturno e com as fronteiras fechadas.
Lima e o vizinho porto de Callao, onde vive um terço da população peruana, acumulam 70% dos contágios.
O confinamento deixou 4 em 10 peruanos sem renda, segundo um estudo do instituto Ipsos.