O governo da província de Buenos Aires, na Argentina, criou o programa “Faça-me Seu” visando a estimular métodos de combater doenças sexualmente transmissíveis por meio da distribuição gratuita de gel lubrificante íntimo.
A medida, porém, gerou polêmica por ter custado 500 milhões de pesos argentinos aos cofres públicos (R$ 15 milhões). Apesar de ter recebido críticas da oposição, o responsável pela Saúde em Buenos Aires, Nicolás Kreplak, defendeu a ação dizendo que está “cumprindo a lei” e “cuidando da população”. E entre os cidadãos, já circulam memes nas redes sociais e postagens de pessoas chocadas com a iniciativa.
Estamos gestionando, cumpliendo la ley y cuidando a nuestra población. La compra de elementos de prevención y cuidado de la salud sexual no es algo nuevo. Siempre se hizo y todos los insumos tienen que ser proveídos por el Estado. Nada sorprende. Mal informan y confunden ? pic.twitter.com/m6ZMVXfkNt
— Nicolás Kreplak (@nkreplak) January 3, 2023
Quando a proposta chegou no Ministério da Saúde local, além do mais, o órgão pediu para que a quantidade de potes lubrificantes fosse aumentada — o que chamou a atenção de opositores.
Os gastos causaram revolta uma vez que o sistema de saúde precisa de diversas melhorias, como a compra de insumos médicos, a reforma de hospitais e a melhor remuneração dos profissionais médicos.
O relatório oficial sobre a compra afirma que “o uso de gel lubrificante reduz as chances de rompimento da camisinha nas relações sexuais e, assim, evita doenças sexualmente transmissíveis”.
“O gel de 2 gramas sempre foi entregue junto com a camisinha, mas nem toda a população usa os dois elementos. Os potinhos de 100 gramas serão entregues a quem precisar, evitando descartá-los”, afirmou Kreplak.
De acordo com o portal de notícias Infobae, o convênio foi firmado com a empresa Farmacoop. Cada unidade do produto custou 500 pesos (R$ 15), totalizando, portanto, 1 milhão de frascos de lubrificante. O preço de um lubrificante no varejo gira em torno de 2 mil pesos (R$ 60).
Em seu Twitter, o ministro da saúde, Nicolás Kreplak, defendeu a decisão citando uma lei federal que prevê, além de outras medidas, a “disponibilidade e acesso a insumos” para métodos de prevenção e profilaxia contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).