O governo boliviano declarou nesta última quarta-feira (1º) que não tem condições de enfrentar o coronavírus e instou a população, como principal medida preventiva, a permanecer em casa no décimo dia de quarentena.
“Não temos condições de saúde para enfrentar esta pandemia global, mas podemos ficar em casa”, disse o ministro da Presidência, Yerko Núñez, braço direito da presidente transitória Jeanine Áñez, em entrevista coletiva.
Segundo dados oficiais, a pandemia já matou sete pessoas na Bolívia e infectou 117, um comportamento crescente, como em outros países da região.
Áñez decretou medidas graduais até ditar uma quarentena nacional em 22 de março e o fechamento das fronteiras terrestres e do espaço aéreo até 15 de abril.
Além disso, suspendeu o transporte público e privado, as atividades escolares e a administração pública e privada.
Somente bancos, farmácias e mercados operam algumas horas por dia.
Núñez acusou o governo anterior do esquerdista Evo Morales de não ter investido no sistema de saúde durante seus quase 14 anos no poder.
O ministro lembrou uma declaração de Morales, que disse que construir campos de futebol era como construir hospitais.
O ex-presidente disse em uma mensagem em sua conta do Twitter que durante seu governo (2006-2019) “concluímos vários hospitais”, 15 no total.
Devido à precária infraestrutura hospitalar, na Bolívia surgiu uma forte controvérsia sobre a morte de um empresário de telecomunicações por coronavírus.
A família disse que o falecido recebeu atendimento em uma clínica particular, mas devido a protocolos sanitários, ele foi transferido para um hospital municipal que supostamente não possuía o equipamento necessário.
Por esse motivo, o Ministério da Saúde ordenou uma auditoria.