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sábado 2 de julho de 2022 às 10:26h

Governo da Alemanha alerta população para possível racionamento de gás

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Autoridade crê que Rússia pode cortar fornecimento ao país dentro de alguns dias, aproveitando pausa de manutenção de gasoduto. Cidadãos são aconselhados a regular calefação para reduzir consumo. Autoridades do setor energético acham possível que a Rússia esteja planejando cortar completamente o fornecimento de gás da Alemanha por ocasião da pausa regular para manutenção do gasoduto Nord Stream 1.

Klaus Müller, chefe da Agência Federal de Redes (Bundesnetzwerkagentur), afirmou, em entrevista publicada neste sábado (2), ser possível que Moscou transforme o período de manutenção regular de 11 dias, previsto para começar em 11 de julho, em um tempo “mais longo de manutenção política”.

Ele disse a jornais do grupo de comunicação Funke Media que isso pode tornar inevitável um racionamento do combustível. “Caso o fornecimento de gás da Rússia seja reduzido por mais tempo por razões políticas, temos que conversar mais seriamente sobre maneiras de reduzir o consumo”, alertou.

A Rússia já cortou ou reduziu seu fornecimento de gás para vários países europeus em meio a tensões sobre a invasão da Ucrânia por Moscou.

No mês passado, o governo alemão colocou o país na fase 2 do “nível de alerta”, de um total de três do plano nacional de emergência para o abastecimento de gás natural. A estratégia foi criada após o agravamento das disputas com a Rússia, resultantes da invasão russa à Ucrânia.

Inspeção de equipamentos

Müller aconselhou proprietários de casas e apartamentos a usarem os quatro meses que restam antes do início da temporada de uso da calefação para se prepararem para tal eventualidade, encomendando a inspeção de seus equipamentos de aquecimento a gás, visando garantir uma operação eficiente. “As verificações de manutenção podem reduzir o consumo de gás em 10 a 15%”, disse. “Isso deve ser feito agora e não no outono.”

Ele também disse que prioridades teriam que ser estabelecidas se houver falta de gás. “Não podemos classificar todos os negócios como essenciais”, disse ele, acrescentando que “piscinas públicas provavelmente não estão no setor crítico, assim como a produção de biscoitos de chocolate”.

Mas ponderou que sua agência não prevê “nenhum cenário em que gás algum não chegue mais à Alemanha”, dizendo que a Noruega e a Holanda são outras fontes potenciais do combustível.

Müller não é a única autoridade alemã a alertar sobre a necessidade de se economizar gás. Em Hamburgo, no norte, o secretário estadual do Meio Ambiente, Jens Kerstan, anunciou que o fornecimento de água quente para residências particulares poder vir a ser reduzido. “Se houver uma escassez aguda de gás, a água quente pode ser disponibilizada em caso de emergência apenas em determinadas horas do dia”, disse ele ao jornal Welt am Sonntag.

Gás liquefeito como alternativa

O ministro da Economia alemão, Robert Habeck, disse ao mesmo jornal que os dois primeiros terminais temporários de gás natural liquefeito (GNL) nas cidades de Wilhelmshaven e Brunsbüttel devem estar prontos para entrar em operação na virada do ano.

Ele garantiu que o governo adquiriu quatro terminais flutuantes de GNL em meio à sua busca por alternativas ao gás russo. “Todo mundo está fazendo um esforço real aqui, porque temos que definir o tipo de ritmo que nunca foi visto antes na Alemanha”, frisou Habeck.

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