Diante da repercussão negativa das medidas anunciadas para financiar o “Renda Cidadã”, assessores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já começaram a defender uma mudança no programa pensado para substituir o Bolsa Família. O plano inicial era usar recursos de precatórios e do Fundeb para bancar o programa.
No entanto, especialistas ouvidos pela coluna de Ana Flor, no G1, dizem que a ideia demonstra uma sinalização de abandono do compromisso fiscal. Após o anúncio do governo, na segunda-feira (28), o dólar chegou a R$ 5,63 e o Risco Brasil subiu 70 pontos-base ao longo da tarde, como indicativos da reação negativa do mercado.
De acordo com a publicação, em meio às negociações do Renda Cidadã, a equipe econômica foi confrontada com duas possibilidades: colocar os recursos na rolagem dos precatórios ou colocar os R$ 70 bilhões estimados para custear o programa fora do teto de gastos. Além disso, a equipe do ministro Paulo Guedes propôs ainda desvincular e desindexar o salário ou acabar com o seguro-defeso e com o abono salarial. Todas as ideias foram rejeitadas por serem impopulares.
Com isso, ficaram com a primeira opção. O relator da PEC Emergencial onde o programa será incluído, senador Márcio Bittar (MDB-AC), disse que não havia outra alternativa e, portanto, até Guedes havia concordado.