O governador Jerônimo Rodrigues (PT) voltou a defender entrevista à rádio A Tarde FM na manhã desta segunda-feira (11), a portaria que flexibiliza a aprovação de alunos da rede estadual e afirmou que, antes de ser criticada, a medida havia sido avalizada pela APLB Sindicato.
“Conversamos com a APLB. A APLB inicialmente deu ‘ok’. Depois veio com uma conversa atravessada. Qual era a da APLB? ‘Governador, ou secretária Adélia, percebemos aí um equívoco’. Vamos consertar”, declarou o governador na rádio.
Nas últimas semanas, o petista foi alvo de críticas que desgastaram sua imagem até mesmo entre setores da esquerda.
Ele, por sua vez, nega ser a favor de uma aprovação automática, mas de que o estudante seja aprovado ‘à medida que aprende’.
“Esse é um conceito da escola brasileira. Se uma escola reprova muito, tem alguma coisa equivocada. Quando uma pessoa chega doente ao hospital, eu vou procurar a motivação e cuidar. É alimentação? Falta de exercício físico? É um remédio. É uma cirurgia? Se o hospital faz isso, a escola também tem que chamar e dizer: ‘Qual foi o problema?’”, disse Jerônimo à emissora de rário,
Para o governador, as reprovações muitas vezes estão relacionadas à deficiência na formação inicial do aluno.
“Eu não tive creche. Se eu não tive uma creche na minha vida, é claro que eu já chego à escola com a deficiência na formação. Se eu não tive um fundamental adequado, eu também não chegarei bem no nível médio e não vou chegar na universidade bem. Até as universidades, em algumas delas, a gente sente ali que tem uma recomposição de conhecimento no primeiro semestre. Não adianta eu pegar o menino, a menina, ‘vamos tocar aqui, que você tem que aprender, é obrigação sua’. A formação nossa da cadeia, se ela não está ainda condizente, nós temos que fazer algumas recuperações, e é pra isso que a gente fez [ a portaria]”, continuou o governador.
“Espero que a gente possa, com essa portaria, dialogar melhor com a categoria de professores, os formadores, as entidades que defendem. Agora, vou repetir aqui aos pais e mães: nós não estamos querendo criar uma escola do ‘faz de conta’. Pelo contrário, queremos que a escola seja essa porta aberta”, disse.
Em uma aula inaugural em Feira de Santana no mês passado, o petista discursou contra professores que reprovam estudantes, numa ação que chamou de “autoritária” e “preconceituosa”.
A fala foi criticada por opositores e pela APLB Sindicato, que também reagiu à portaria. Em uma série de publicações na plataforma X, Jerônimo Rodrigues faz uma espécie de mea-culpa diante da repercussão negativa de suas declarações.