“Se a anistia acontecesse aqui, seria um grande prejuízo para o Brasil. Os governos sempre anistiam essa classe, o que é um erro. É um erro do país. Eles (policiais) fazem isso porque acham que depois não vai dar em nada. Mas a minha decisão é inegociável. Todos estão sendo identificados e serão punidos com o rigor da lei. Estamos firmes. Não podemos ceder. Vamos dialogar com quem? Com bandido não dá”, declarou.

E ressaltou:

“Nossa resposta tem que ser com muito rigor. Nós não podemos permitir as atitudes ilegais, motins, depredação de patrimônio público. Não podemos permitir homens fardados tentando criar o terror da população.”

Na quinta-feira, o governador descartou entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para acabar com o motim. Santana passou a manhã e o início da tarde em visitas a batalhões e quartéis da PM e do Corpo de Bombeiros. Ele dialogou com integrantes das corporações e agradeceu aos agentes que não aderiram ao motim.

“Digo a todos os senhores que confio na Polícia Militar do Ceará e os cearenses confiam em vocês. Esse é um momento de estarmos juntos, unidos para cumprir nosso papel constitucional de defender o povo cearense”, declarou o governador aos policiais.

O secretário de Segurança Pública do Ceará, André Costa, afirmou ao G1 que parte dos envolvidos no motim já foi identificada. Segundo ele, os policiais deverão responder criminalmente e sofrer sanções administrativas. Costa ressaltou ainda que 261 PMs respondem a inquéritos militares e procedimentos administrativos por envolvimento nos atos e que os agentes não vão receber salário.

Na noite de quinta-feira, os policiais e bombeiros militares recusaram o acordo proposto pelo governo do estado de realizar um aumento dos R$ 3,2 mil atuais para R$ 4,5 mil, parcelado até 2022.

Segundo informações divulgadas pelo G1 , pelo menos três batalhões da PM seguem inoperantes e com PMs amotinados na manhã deste sábado, quinto dia de paralisação. Um dos primeiros a registrar motim, o 18º Batalhão da Polícia Militar, no Bairro Antônio Bezerra, na capital, está rodeado de carros da polícia com pneus esvaziados. Conforme O GLOBO apurou, o clima entre os amotinados é tenso no batalhão . As mulheres dos policiais, que também estão no local, são as únicas que não escondem a própria identidade.

O Ceará viveu uma disparada de violência em 48 horas. Entre 6h de quarta-feira e 6h de sexta-feira, foram registrados 51 assassinatos, contra uma média de seis por dia no restante do ano. Nas primeiras 24 horas desse período, os homicídios tinham chegado a 29. As informações são da Secretaria de Segurança Pública do estado.