O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) — empatado tecnicamente com Marcelo Freixo (PSB) nas pesquisas de intenções de voto ao Palácio Guanabara — conta conforme o jornal O Globo, com o apoio de 53 dos 70 deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Pesou nas alianças a distribuição de cargos.
Sem a caneta estadual, Freixo angariou o apoio de dez parlamentares. Todos são filiados a partidos que compõem o arco em torno de sua candidatura, entre eles PT, PSOL, PCdoB e o próprio PSB. Com um suporte bem menor que o de Castro, Freixo lida com duas traições em sua coalizão, sendo uma delas em sua legenda.
Em paralelo ao mapa interno de apoios, cresce o movimento nos corredores da Alerj pela presidência da Casa na próxima legislatura. Dono da maior bancada, com 14 nomes, o PL, de Castro e do presidente Jair Bolsonaro, quer ampliar o poder, e o nome do deputado Rodrigo Bacellar, um dos homens de confiança do governador, é colocado como possível indicado para disputar a presidência. Além disso, nas projeções partidárias, o PL espera aumentar a bancada, e passar a ter até 17 deputados.
Salto de alianças
Outros nomes também já costuram acordos, como Márcio Canella (União Brasil), que é colocado como alternativa. Já André Ceciliano (PT), que cumpre seu segundo mandato consecutivo na presidência e é pré-candidato ao Senado, pretende apoiar um nome ao centro. Chico Machado (SD) é visto como um dos favoritos para o posto.
O apoio de 14 legendas a Castro mostra o salto de alianças que conseguiu em um ano e três meses à frente do Guanabara. Quando assumiu o posto, após o impeachment de Wilson Witzel, ele contava com a fidelidade de apenas três parlamentares do seu então partido, o PSC. Agora com ampla maioria dos deputados, o governador busca a recompensa pelo loteamento de postos no primeiro escalão da gestão estadual e espera que os aliados atuem pedindo votos para a sua reeleição.
Já Freixo, além de contar com um número bem menor de apoios, ainda enfrenta dissidências. Apesar de ser seu correligionário, Waldeck Carneiro declarou apoio à candidatura do adversário de Freixo na esquerda, Rodrigo Neves (PDT). O deputado chegou a participar de um ato que lançou a chapa informal “Rodrigo-Lula”, com dissidentes do PT e outras siglas de esquerda que defendem que o ex-presidente Lula (PT) suba em mais palanques além do de Freixo.
Outro caso é o do deputado do PV Eurico Júnior, ex-prefeito de Paty do Alferes e Vassouras. Embora seu partido esteja federado com o PT e o PCdoB e tenha declarado apoio a Freixo, ele sinaliza que vai defender a reeleição de Castro. Nas redes sociais, Eurico Júnior cobre o governador de elogios e diz que Castro tem feito grandes realizações no interior.
Na outra raia da corrida pelo governo, Neves passou a ter alianças com seis deputados depois de ganhar apoio da bancada do PSD, graças à desistência do prefeito Eduardo Paes (PSD) de lançar seu afilhado político Felipe Santa Cruz (PSD) como candidato, e indicá-lo como vice na chapa pedetista. Entre os apoios da sigla de Paes estão os de Renan Ferreirinha, Luiz Paulo, Lucinha e Bebeto. Ele conta ainda com a colega de partido Martha Rocha, além do dissidente pessebista Waldeck Carneiro. Na convenção que oficializou a candidatura e a aliança com a sigla de Paes, um apoiador exibia o adesivo com a chapa “Lula-Rodrigo-Waldeck”.
Apesar de não conviver com problemas para amealhar apoios na Alerj, Castro lida com algumas dissidências, como a deputada Alana Passos. Entusiasta de primeira hora de Bolsonaro e próxima da família presidencial, ela votou contra interesses do Palácio Guanabara e se manifestou em oposição a decisões de Castro. Por isso, foi vetada de se filiar ao PL e ao União Brasil, cuja base apoia o governador. Sem opção, acabou no PTB.