O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que “o chefe da Lava-Jato não era ninguém mais, ninguém menos do que Moro”, após divulgação das conversas envolvendo Deltan Dallagnol no último domingo (9), feito pelo jornal “The Intercept Brasil”. Para o ministro, “está provado” que Dallagnol “é um bobinho”. “É um bobinho. Quem operava a Lava-Jato era o Moro”, disse Mendes, em entrevista à Época.
Gilmar Mendes disse que, diante das declarações, é possível anular a condenação proferida contra o ex-presidente Lula. O ministro do STF também aponta a prática de crime nas conversas vazadas. “Um diz que, para levar uma pessoa para depor, eles iriam simular uma denúncia anônima. Aí o Moro diz: ‘Formaliza isso’. Isso é crime”, avaliou Mendes, referindo-se a um trecho das mensagens em que Dallagnol escreveu que faria uma intimação oficial com base em notícia apócrifa, diante da negativa de uma fonte do MPF de falar. E Moro respondeu que seria “melhor formalizar”. Mendes afirma que “simular uma denúncia não é só uma falta ética, isso é crime”. Afirmou que não é contra o combate à corrupção, mas é contra ao que chamou de “modelo de Curitiba”.