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Vice presidente Geraldo Alckmin (PSB) reúne-se com a ministra federal do Exterior da Alemanha, Annalena Baerbock, em Brasília - Foto: Cadu Gomes/VPR
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segunda-feira 17 de julho de 2023 às 14:35h

Geraldo Alckmin, o motor silencioso que empurra a indústria

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O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), tem se destacado na linha de frente do governo Lula III. Nome por trás das medidas direcionadas ao empresariado, o ex-governador de São Paulo virou o queridinho dos industriais.

Com uma agenda repleta de encontro com líderes setoriais, Alckmin tem seguido à risca a fórmula de José de Alencar, que foi vice-presidente nos dois primeiros mandatos de Lula. Diálogo e o certificado de fiador de um governo que poderia não ser bem recebido pelos donos dos meios de produção.

“O Brasil é a bola da vez. É o país que vai atrair a economia verde, a energia limpa, a descarbonização. Queremos uma neoindustrialização inovadora, digital e verde.”
Geraldo Alckmin, ministro e vice-presidente

E tem apresentado resultados. No começo do mês Alckmin anunciou o plano de disponibilizar R$ 106 bilhões em financiamento para a indústria.

A política de isenção temporária para compra de automóveis — mais de Lula que dele e de resultado duvidoso em termos macroeconômicos ou mesmo para próprio segmento ­­­— levou à venda de 125 mil novos veículos em menos de um mês.

Do gabinete dele também estão sendo desenhados novos Refis e o presidente foi perguntar a Alckmin sobre a viabilidade de um programa de incentivo para compra de eletrodomésticos.

Ações pontuais e setoriais, como a feita com automóveis supostamente populares e com a chamada Linha Branca, dos eletrodomésticos, não levarão a mudanças estruturais. Alckmin sabe disso.

Segundo o ministro, o plano é traçar uma rota de crescimento para a economia com apoio do que ele definiu como neoindustrialização, incentivando a criação de um pátio fabril mais verde, eficiente e sustentável.

“O Brasil é a bola da vez. É o país que vai atrair a economia verde, a energia limpa, a descarbonização. Queremos uma neoindustrlização inovadora, digital e verde”, afirmou no Bom Dia Ministro, programa mensal do governo federal.

R$ 106 bilhões

  • É o valor anunciado por Alckmin para fomento da indústria nos próximos quatro anos
  • 0,9% – Foi a retração da indústria brasileira no ano passado

Para tanto, a indústria vai precisar de muito pensamento estratégico. Isso porque o País enfrenta um processo de desindustrialização desde a década de 1990 e que se acentuou nos anos recentes.

Segundo o Ipea, houve primarização da indústria, em vez de incentivo para o desenvolvimento de uma cadeia de produtos de maior valor agregado. No ano passado, a indústria registrou queda de 0,7% e passou a operar no mesmo patamar de janeiro de 2009.

Para Mário Sérgio Telles, gerente-executivo de economia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), essa diminuição acontece pela perda de espaço dentro e fora do Brasil. “Há oito anos estávamos entre as dez maiores indústrias do mundo. Hoje estamos em 15º lugar, e perdendo espaço para outros emergentes.”

Pelas contas da CNI, um país em desenvolvimento como o Brasil precisaria de 30% do PIB vindo da indústria. Em 2022, ela representou 23,9% do PIB, segundo o IBGE.

Ação do governo

Para ajudar a reverter essa situação, além da aprovação da Reforma Tributária, Alckmin diz que o governo precisa agir, mas com responsabilidade.

Segundo o ministro, os R$ 106 bilhões anunciados serão distribuídos pelos próximos quatro anos, de três fontes distintas:

• BNDES,
• Financiadora de Estudos e Projetos (Finep),
• Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Emprapii) — sendo 60% vindo do BNDES.

Segundo Aloízio Mercadante, que comanda o banco, as prioridades para oferta do crédito serão das empresas dispostas a investir para inovar ou trocar operações ultrapassadas por verdes.

“Há uma demanda reprimida de empresários que viajam o mundo e veem coisas incríveis, mas não conseguem crédito para replicar no Brasil. Abriremos essa porta”, disse Mercadante.

Alckmin ainda trabalha ao lado da ministra de Ciência & Tecnologia, Luciana Santos, para estimular mão de obra capacitada para operar as máquinas do futuro.

E com Fernando Haddad costura uma solução a empresas endividadas. Sem alardes, sem palanques, sem declarações desnecessárias e mantendo a sobriedade em relação ao uso responsável de dinheiro, o ministro e vice-presidente mostra ser a pessoa certa na cadeira certa para reencontrar o rumo da indústria.

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