O comandante-geral do Exército, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, de 62 anos, atravessou o aniversário do golpe militar, que completou 59 anos na última sexta-feira (31), sem que fossem registradas exaltações ao período da ditadura nos quartéis, algo que não ocorria há cinco anos.
O silêncio foi considerado uma vitória do militar cuja trajetória foi forjada pela convivência próxima tanto com defensores da democracia, como o ex-presidente Fernando Henrique, quanto com líderes acusados de terem ameaçado se insurgir contra ela, a exemplo do também ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas.
General Tomás chegou ao topo da carreira 13 dias após as invasões às sedes dos Três Poderes, ocorridas no dia 8 de janeiro com o beneplácito de servidores militares investigados por terem se omitido de conter os ataques golpistas.
Ele foi escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para despolitizar as tropas e estabelecer uma relação harmônica entre o Palácio do Planalto e a Força que comanda. Desde que assumiu, no dia 21 daquele mês, não se tem notícias de novas crises.
— Meu objetivo é afastar a política do Exército. Somos profissionais e temos que focar no nosso trabalho — disse o comandante do Exército ao jornal O Globo.