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quarta-feira 18 de setembro de 2024 às 17:04h

FLICA divulga programação oficial da 12ª edição

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A cidade de Cachoeira será novamente palco de uma das maiores celebrações literárias do país. Na última terça-feira (17), durante uma coletiva de imprensa realizada no Museu Carlos e Margarida Costa Pinto, em Salvador, foi anunciada a programação oficial da 12ª Festa Literária Internacional de Cachoeira (FLICA), que acontece entre os dias 17 e 20 de outubro. Com o tema “O mundo da literatura em festa”, o evento promete uma programação cultural intensa, reunindo autores, artistas e amantes da literatura para celebrar a arte e o entretenimento.

A FLICA 2024 reunirá, nos quatro dias de evento, 58 autores nacionais e internacionais com o objetivo de democratizar o acesso à leitura e potencializar a formação de leitores de todas as idades. Com entrada gratuita, as atividades envolvem debates, intervenções artísticas, mesas de bate-papo, lançamentos de livros, sessões de autógrafos, espetáculos, contação de histórias, exibição de conteúdos audiovisuais, apresentações de filarmônicas e muito mais.

Este ano, os principais espaços são a Tenda Paraguaçu, Fliquinha, Geração Flica e a programação artística, dividida entre o Palco Raízes e o Palco dos Ritmos. Todos os espaços têm indicação etária livre com acessibilidade, tradução em libras e audiodescrição. A curadoria da FLICA é formada por Calila das Mercês, Emília Nuñez, André Felipe Oliveira (Deko Lipe) e Linnoy Nonato. A Coordenação Geral é assinada por Vanessa Dantas, CEO da Fundação Hansen Bahia.

Tenda Paraguaçu

Localizada à beira do Rio Paraguaçu, a Tenda Paraguaçu é o maior espaço da FLICA e, por isso, espera receber grandes nomes da cultura e literatura. Entre os convidados estão a atriz e cantora Zezé Motta; a cantora, compositora, atriz e artista visual trans Liniker; a ativista indígena Guarani Gegi Núñez; a atriz, cantora, escritora e poetisa Elisa Lucinda; e a pesquisadora e contadora de histórias africanas do Malawi Upile Chisala.

Também marcam presença o músico, escritor, poeta e cronista angolano radicado em Berlim Kalaf Epalanga; o escritor e doutor em teoria literária Jeferson Tenório; o poeta Sérgio Vaz; além do Slam das Minas BA, um projeto que promove batalhas de poesia e o protagonismo das mulheres negras e periféricas na literatura.

“Fiquei muito entusiasmada em ser curadora da Tenda Paraguaçu da FLICA este ano, ainda mais por já ter participado das primeiras edições como espectadora e convidada, quando lancei o livro ‘Planta Oração’. São muitas expectativas, porque é um espaço de muitas trocas e nuances. Penso que tenho uma pesquisa curatorial que dialoga com a comunidade, com o que nos reveste, e que deseja abraçar e convidar a comunidade a participar de perto”, pontua Calila das Mercês, curadora da Tenda Paraguaçu.

Fliquinha

Dedicado ao universo infantojuvenil, o Espaço Fliquinha proporciona a imersão num ambiente lúdico onde possam ser discutidos temas reais e importantes relacionados à infância. Alguns dos autores que vão tornar isso possível são Itamar Vieira Júnior, escritor best-seller premiado; Mari Bigio, cordelista e contadora de histórias; Ricardo Ishmael, escritor, jornalista e apresentador da TV Bahia; Renato Moriconi, escritor e artista plástico; Mabel Velloso, educadora, escritora, compositora e cordelista, e Auritha Tabajara, conhecida como primeira cordelista indígena do Brasil.

“Na Bahia, temos e fazemos histórias, desde pequenos. Contar as nossas histórias para as crianças é reafirmar a potência, a criatividade, a coragem e a alegria de ser baiano. Os nossos convidados representam o nosso estado em sua diversidade e riqueza cultural. Queremos trazer para as crianças literatura contemporânea de qualidade e também posicionar Cachoeira para o mundo como um importante polo literário. Receberemos as famílias em um ambiente lúdico e inspirador, despertando a infância de quem já foi e de quem ainda é criança, unindo e aproximando as gerações”, declara Emília Nuñez, curadora da Fliquinha.

Geração Flica

O espaço Geração Flica, que ganha novo local esse ano – o Cine Theatro Cachoeirano, visa ampliar o universo da leitura para o público jovem. Para conversar com os jovens leitores, a FLICA traz um time de peso, com nomes como a da jornalista e escritora best-seller, Thalita Rebouças, a comunicadora Rita Batista, o escritor angolano Pau de Cabinda, a quadrinista e ilustradora Luiza de Souza (ILUSTRALU), a cordelista e poeta Jarid Arraes, a pesquisadora e comunicadora Camilla Apresentação, o escritor de literatura policial e suspense Raphael Montes, o autor best-seller Victor Fernandes, a atriz e autora Rafaela Ferreira e os humoristas João Pimenta e Matheus Buente.

“O eixo da Geração FLICA é pensado para os jovens que vêm ocupando esses grandes espaços, lotando painéis em eventos literários, emplacando livros. Vemos que existe uma força jovem muito grande na literatura e eles são muito emocionados. Eles são os que choram, os que se movem. Já vi jovens desmaiando perto de seus autores favoritos. Se engana quem pensa que os jovens não estão lendo. E é por meio do olhar desses jovens emocionados que foi pensada a curadoria da Geração FLICA de 2024”, afirma o curador Deko Lipe.

Programação artística

Para além do campo literário, a 12ª FLICA levará para o público uma programação artística diversificada, cheia de ritmos, tradição e ancestralidade, com shows e apresentações culturais de artistas baianos que vão subir no Palco dos Ritmos e no Palco Raízes. Enquanto mosaico cultural, o Recôncavo é reconhecido como o berço do Samba de Roda no Brasil e importante ponto de influência para o reggae, ritmos que estarão em evidência na grade musical do evento.

Entre as presenças já confirmadas, estão o tradicional Grupo Afro Barroco Gêge Nagô, a Orquestra Reggae de Cachoeira com a participação especial de Edson Gomes, o cantor e compositor Tonho Matéria, a banda Sambaiana, liderada pela cantora Ju Moraes, e o cantor e compositor Alexandre Leão. Também participam da programação os cantores Juacy Ypsilone, Arthur da Ilha, Nuno Menezes, Netto Araújo e VHBÊ, o grupo Samba de OKàn, o saxofonista Iadson Oliveira e o cordelista Élton Magalhães.

O encerramento acontece no domingo (20), com uma festa regada pela tradição e a rica diversidade cultural nordestina. Os destaques são o Bye Bye FLICA, um cortejo que sai da Tenda Paraguaçu comandado pela Banda Mambolleio e percorre as principais ruas de Cachoeira, e o encontro com as manifestações culturais do Recôncavo.

“Eu costumo dizer que, assim como a gente espera o grande reencontro do Carnaval, do São João e das manifestações populares, também ficamos na ansiedade para a chegada da FLICA. A cada edição, a expectativa só aumenta, não só pela importância da literatura, da cultura, do conhecimento, das linguagens, mas também por essa reunião de povos. A FLICA é internacional, já pode-se dizer que o mundo inteiro espera por ela, sejam os autores e visitantes para mergulhar no mundo da literatura ou os moradores locais para expressarem sua cultura, difundir os seus negócios e manifestarem sua arte”, comenta o curador artístico Linnoy, cantor, compositor e produtor musical com mais de 25 anos de carreira.

Cachoeira em festa

Seja em forma de livro, poesia, cordel, música ou teatro, a FLICA oferece uma verdadeira plataforma onde os holofotes iluminam pautas relevantes como identidade, racismo, gordofobia, direitos indígenas, violência doméstica, desafios da adolescência, comunidade LGBTQIA+ e comunicação na atualidade. Tudo isso sem contar a oportunidade de interação entre artistas locais com outros artistas da Bahia, do Brasil e do mundo, ao mesmo tempo que movimenta o mercado literário, o turismo e a economia criativa, solidária e sustentável.

A FLICA 2024 é uma realização da Fundação Hansen Bahia (FHB) em parceria com a Prefeitura de Cachoeira e a LDM (livraria oficial do evento) e conta com o apoio, através da ação Bahia Literária, do Governo do Estado da Bahia.

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