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‘Fins não justificam os meios’, diz Zuckerberg após vazamento de memorando

sábado 31 de março de 2018 às 11:04h

Os problemas do Facebook aumentaram na última quinta-feira (29) com o vazamento de um memorando escrito há dois anos por um alto executivo, que aponta que a rede social estava determinada a crescer apesar dos riscos para seus usuários.

O texto de 2016, publicado pelo site de notícias Buzzfeed, foi escrito por Andrew Bozworth, considerado integrante do círculo íntimo de Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook. “A verdade nua e crua é que acreditamos tanto em conectar as pessoas que qualquer coisa que nos permita conectar mais pessoas de maneira mais frequente é ‘de fato’ boa”, afirma o memorando.

O texto aponta que conectar as pessoas pode levar a resultados positivos, como encontrar o amor ou evitar o suicídio, mas também pode ter consequências negativas, destacou Bozworth. “Talvez possa custar uma vida ao expor alguém aos bullies”, afirma o memo. “Talvez alguém morra em um ataque terrorista coordenado em nossas ferramentas”. Bozworth é conhecido por ser um grande defensor do Facebook e sem receio de expressar o que pensa.

“Não concordo com o texto hoje e não concordava mesmo quando o escrevi”, afirmou Bozworth em um comunicado enviado à imprensa. “O propósito do texto, como muitos outros que escrevi internamente, era trazer à superfície assuntos que considerava que mereciam mais discussão dentro da empresa”.

Em resposta a uma solicitação da imprensa internacional, Zuckerberg se referiu a Bozworth como um líder talentoso que diz coisas provocativas, como as mencionadas no texto em questão. “Esta foi uma com a qual a maioria das pessoas no Facebook, eu inclusive, discordou de modo veemente”, disse Zuckerberg. “Nunca acreditamos que os fins justificam os meios”, completou.

O vazamento do memorando acontece no momento em que o Facebook enfrenta o escândalo de dados usados pela britânica Cambridge Analytica, uma empresa consultoria vinculada à campanha presidencial de Donald Trump.

O Facebook enfrenta investigações dos dois lados do Atlântico pelo uso indevido dos dados de 50 milhões de usuários por parte da empresa.

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