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Financiamento coletivo é uma forma de ocupar a política

Foto: Reprodução
quarta-feira 23 de maio de 2018 às 12:07h

A última pesquisa para corrida presidencial aponta um fato que vem se repetindo sistematicamente. Os votos brancos ou nulos estão sempre presentes em grande proporção. O descrédito com a classe política e a falta de identificação com os partidos políticos fortalece o cenário em que não há espaço para a maioria na política.

Queira você ou não, as doações eleitorais ainda determinam o comportamento e as prioridades dos nossos representantes. Assim como elas também já são comprovadamente o início dos grandes esquemas de corrupção no país, sendo evidenciado por diversas operações da Polícia Federal, e principalmente, pela operação Lava Jato.

Teremos a primeira eleição presidencial sem doações de grandes empresas, que representavam um alto financiamento para a campanha de candidatos. Para se ter uma ideia da influência na eleição de 2014, 65% de todas as doações para as campanhas presidenciais foram financiadas por apenas três empresas. Dez empresas financiaram 70% dos deputados eleitos. O resultado quatro anos depois é que praticamente todos esses financiadores estão confessando seus crimes de corrupção.

Em 2018, foi aprovado um fundo eleitoral e partidário de R$ 2,5 bilhões, mas o controle desses recursos está na mão de poucos partidos. Aliada à ausência de transparência partidária, a falta de critérios e exigência para uso do dinheiro público faz desse valioso recurso apenas a manutenção da mesma maneira de se fazer política.

Nesse cenário, em que as doações desproporcionais estão sendo transferidas das poucas empresas para políticos milionários ou dinheiro público, a renovação na política deve encontrar um grande obstáculo para mudar o Congresso: dinheiro.

Para contrapor essa realidade, há basicamente dois caminhos: ocupar os partidos e torná-los democráticos e transparentes ou financiar os políticos do nosso próprio bolso.

Para este ano, ocupar os partidos não funcionou e já perdemos o momento. Os bilhões já estão nas mãos de poucas pessoas para decidir o melhor representante para todos em poucos partidos.

Para o financiamento, este ano há uma nova legislação em que há esperança da construção de uma nova cultura de doação de pequenos valores por multidões em um momento anterior às eleições. Porém, estes candidatos terão que recorrer à você e a todos para conseguir buscar as doações. Há um período de quase três meses em que políticos poderão pedir dinheiro, mas não voto.

Políticos em atividade e partidos políticos determinam os próximos eleitos como temos vivenciado. Eles já se acostumaram a lidar com a falta de apoio popular. É necessário retomar a participação para renovar nossos sonhos e objetivos. Por isto, em 2018 financie e apoie seus candidatos para causar ruptura no sistema político, e em 2020 influencie partidos políticos para descentralizar suas decisões com transparência e participação.

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