A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) avalia a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar a taxa de juros como injustificada e contrária à recuperação econômica do país. A consequência será frear o já tímido crescimento deste ano e agravar os problemas enfrentados pelo setor produtivo nacional.
Importante destacar que a taxa de juros básica no Brasil é uma das maiores do mundo em termos reais (descontada a inflação). A elevação para 10,75% a.a. aumenta ainda mais a taxa real, alcançando patamar superior a 6,5% a.a. Esse movimento não encontra respaldo nas tendências de inflação, tanto no cenário interno quanto no cenário mundial.
Em agosto, o IPCA registrou deflação de 0,02%, acumulando em 12 meses alta de 4,24%, abaixo do teto da meta de inflação de 4,50% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esses números mostram uma inflação sob controle e em trajetória comportada. Ademais, o movimento atual no mundo é de redução de juros, como fez hoje o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), que reduziu a taxa em 0,5 ponto percentual, alcançando o menor patamar desde março de 2023.
O aperto monetário, com a elevação dos juros, afeta toda a atividade econômica, inibindo investimentos e a geração de emprego e renda. A política monetária deveria priorizar o crescimento econômico, considerando que o país precisa crescer para reduzir os graves problemas sociais.