“Como brasileiro, não posso deixar de abordar uma questão trazida novamente à tona nos últimos meses: a internacionalização da Amazônia. O tema tem ocupado espaços nos principais veículos de comunicação e vem preocupando graduados militares e a sociedade como um todo”.
O autor da frase é o ex-deputado federal Félix Mendonça (DEM), mas não foi dita nesta semana, como se poderia supor, mas em um discurso na Câmara do Deputados em 21 de novembro de 2000. “O discurso de advertência que fiz há 19 anos ainda é muito atual”, disse Mendonça.
O ponto levantado pelo deputado naquele discurso era também semelhante ao trazido à tona neste mês de agosto de 2019, quando um novo ciclo de queimadas trouxe, dessa vez tendo o presidente francês Emmanuel Macron como porta-voz, a ideia de que a soberania brasileira sobre o território amazônico deveria ser relativizada ou internacionalizada. Diante do ressurgimento do tema, Mendonça, agora em 2019, mantém seu ponto de vista: “nenhum brasileiro que tem amor à pátria é a favor disso”.
Sobre a posição do presidente Jair Bolsonaro na relação com o colega francês, Félix Mendonça foi enfático: “Ele está corretíssimo com relação à resposta ao Macron. O que o presidente francês fez não é a forma correta e dialogar. Será que Bolsonaro é contra o Brasil nessa questão dos incêndios?” Mendonça, que é pai do deputado federal Félix Jr (PDT-BA), salientou que, por trás do discurso preservacionista de Macron, está a cobiça pela Amazônia. “Macron está fazendo onda em cima de um fato que ocorre todos os anos, de uma coisa pequena. Inclusive os dados mostram que os incêndios são menores que em anos anteriores. Macron quer se colocar a favor da esquerda francesa para tirar partido”, avaliou o ex-deputado federal. Sobre a quantia de US$ 20 milhões oferecida pelo G7, mas articulada pelo presidente francês, Mendonça opinou: “é uma quantia pequena e insignificante. Pensa que o Brasil é o que? Uma nação fraca?”