Ainda buscando uma composição para que a federação entre PSB e PDT saia do papel, lideranças partidárias se articulam segundo Maurício Leiro, do Bahia notícias, para conseguir aparar as arestas. Apesar disso, na Bahia, o ajuste parece um pouco distante, pelo menos se depender do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça.
“Eu acho que essa federação do PDT com o PSB já deu chabu, não vai avançar. Veja que o PDT é um partido histórico, com alicerces fincados na defesa do trabalhismo e da educação, e não pode permitir que aconteça, por exemplo, o que aconteceu com o PV e o PCdoB ao se federarem ao PT, ficando em segundo plano”, comentou ao BN.
Além disso, Félix apontou que nos estados onde surgiu a conversa da federação do PDT com o PSB, que foram Pernambuco e Ceará, “os dois partidos estão seguindo rumos diferentes”. “Na Bahia, já existe uma divergência. O PSB viria apoiar, por exemplo, o grupo do prefeito Bruno Reis (União Brasil), do qual fazemos parte? Enfim, apesar de serem dois partidos de base ideológica até semelhantes, a união é muito difícil e não acredito nessa possibilidade”, acrescentou.
Anteriormente, a Bahia já havia sido citada como um dos entraves para dificultar a concretização da Federação. A disputa pela Prefeitura de Salvador em 2024 seria um novo entrave entre as duas siglas. O PDT é o partido de Ana Paula Matos, vice-prefeita na gestão do prefeito Bruno Reis (União Brasil). Ambos devem concorrer à reeleição no próximo ano. O PSB, por sua vez, chegou a lançar a pré-candidatura da deputada federal Lídice da Mata, que já foi prefeita da cidade de 1993 a 1996, mas recuou após a unificação da base aliada do governador Jerônimo Rodrigues na capital baiana em torno do vice-governador Geraldo Jr. (MDB).
Mesmo com as “travas”, existe a possibilidade de ajuste na Bahia. Ao Valor Econômico, a deputada federal Lídice da Mata (PSB) indicou que pode existir uma recomposição mais à frente, quando a eleição nacional ficar mais próxima. “Esse estremecimento aconteceu, posições de um que o outro não gostou. Mas acho que isso não atrapalha planos futuros que são importantes para o fortalecimento dos dois”, disse uma das vice-presidentes nacionais do partido.
O PSB chegou a reunir sua Executiva nacional ano passado e aprovar a composição, mas os pedetistas preferiram esperar a eleição de 2024 e firmar o compromisso só para a eleição nacional. Agora, essa possibilidade é quase nula. Como alternativa, eles projetam possíveis aliança com o Solidariedade, Avante ou até PSDB.